Situação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é tema de palestra no Tribunal de Contas do Estado
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O secretário adjunto da Saúde, Francisco Paz, palestrou nesta quarta-feira (23) sobre prevenção às epidemias de dengue, zika e chikungunya, em evento promovido pelo Tribunal de Contas do Estado. Ele alertou os representantes do controle externo e interno do TCE, bem como gestores municipais de saúde, que as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti "representam a maior tragédia de saúde pública nos últimos anos em todo o mundo".
Paz apontou que um dos maiores problemas é o fato de que apenas 40% da população está disposta a transformar o conhecimento em ações concretas que visem a eliminar o mosquito. Das quatro doenças graves transmitidas pelo Aedes - que tem a capacidade de se adaptar aos diferentes ecossistemas - apenas a febre amarela urbana é tratada com medicamento, com uma vacina.
Ele informou que 80% dos criadouros do mosquito estão em residências. "Temos de ter a consciência cidadã de que aí está uma grave ameaça". O secretário disse ainda que vários fatores contribuem para a expansão da presença do inseto no Rio Grande do Sul. Entre eles o crescimento populacional desordenado, alterações climáticas, fácil adaptação do mosquito aos ambientes e falta de saneamento básico. Atualmente, no RS, são 193 municípios com a presença do mosquito Aedes Aegypti, o que representa 71% da população gaúcha. E ele continua expandindo sua área de atuação.
Francisco Paz fez uma breve explanação sobre cada uma das doenças e as condições atuais no Estado:
Dengue - principal doença de transmissão vetorial na atualidade. Apresenta uma letalidade média de 10%, com 50 a 100 milhões de doentes distribuídos em mais de 100 países. "Uma epidemia de dengue é capaz de parar uma cidade inteira, pois não há estrutura de saúde suficiente para o combate". No Estado, atualmente, são 311 casos, sendo 101 em Porto Alegre.
Chikungunya - é uma doença crônica, de infecção viral, que pode apresentar febre acima de 38,5 graus, com início repentino e dores intensas nas articulações dos pés e das mãos. Em 2015, foram confirmados seis casos importados e três em 2016.
Zika - No Rio Grande do Sul, não havia zika circulando até semana passada. São seis casos confirmados, sendo quatro importados e dois autóctones. Considerado um grande problema hoje e 80% dos casos são assintomáticos, ou seja, sem sintomas. É associado a muitos casos de microcefalia verificados em recém-nascidos. "Se não temos como tratar a doença, temos de preveni-la, e a melhor maneira é não deixar o mosquito nascer", alertou Paz.
O secretário disse ainda que os municípios infestados possuem apenas 40% do número preconizado de agentes para o combate ao mosquito. E considerou que não há falta de recursos financeiros, pois foram liberados R$ 7 milhões em 2015 e R$ 8 milhões, até o momento, em 2016. Para mais denúncias e informações está disponível o Programa RS contra o Aedes, que pode ser acionado pelo fone 0800 645 33 08.