Seminário aborda Primeira Infância, Masculinidades, Desigualdade de Gênero, Paternidades e Pré-natal do Parceiro
Evento marca o início do Ciclo de Formações sobre o tema que ocorrerá de forma descentralizada em todo o estado
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Com o objetivo de sensibilizar sociedade e poder público sobre parentalidade, violências e a busca pela equidade de gênero, ocorreu nesta segunda-feira (12/05) o I Seminário Primeira Infância, Masculinidades, Desigualdade de Gênero, Paternidades e Pré-natal do Parceiro. Promovido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), em parceria com o Instituto Promundo e com apoio do Ministério da Saúde, o evento havia sido adiado em decorrência das enchentes de 2024 e só pôde ser realizado agora.
O público-alvo do seminário são gestores e profissionais que atuam na promoção do desenvolvimento da primeira infância, enfrentamento da violência contra mulheres e igualdade de gênero e promoção da saúde dos homens. O ciclo de formações trará a perspectiva de interiorização da temática no Rio Grande do Sul.
Presente na mesa de abertura representando a Secretaria Estadual da Saúde e o Comitê Estadual Intersetorial pela Primeira Infância no RS, Carolina Drügg enfatizou que o intuito principal não é falar de violências, porém a abordagem se torna necessária dentro do espectro da paternidade. “A gente sonhou com esse momento que foi adiado e agora precisamos avançar nas estratégias que envolvem os homens com o ‘paternar’. Impossível não falarmos sobre sobrecarga feminina, abandono, conceitos de masculinidade e domínio que ainda cercam a paternidade. Nosso desejo é que os homens possam refletir sobre suas emoções e sentimentos e que dentro das unidades de saúde possamos nos aprofundar desses sujeitos, ajudando a construir uma sociedade mais consciente e segura para mulheres e crianças”, refletiu a coordenadora adjunta do Departamento de Atenção Primária e Políticas Públicas da SES.
O diretor executivo e fundador do Instituto Promundo, Miguel Fontes, também na mesa de abertura, se disse honrado de participar da iniciativa pioneira que exige sensibilidade para pensar o que pode ser feito entre sociedade civil e gestão pública. “Todos e todas sofremos as consequências do machismo e da desigualdade de gênero. Entender esse fenômeno é fundamental. Que a gente possa engajar, compartilhar, trocar e aprender com essa formação que se inicia”, almejou Fontes.
A superintendente do Ministério da Saúde no Rio Grande do Sul, Maria Celeste de Souza da Silva, integrou a solenidade de abertura lembrando que o seminário traz um tema que não é novo na luta das mulheres. “Temática importantíssima vai ao encontro do fatídico número de feminicídios registrado no feriadão de Páscoa, o que representa grande desafio no contexto tão difícil em que a sociedade se encontra hoje. Justamente por isso precisamos dos homens parceiros nesta luta, se colocando no lugar de parentalidade, assim como precisamos junto da Atenção Primária em Saúde identificar questões problemáticas rompendo ciclos de violência e trabalhar a prevenção”, frisou.
O seminário contou ainda com duas apresentações dialogadas sobre “Promoção da paternidade responsável e da saúde do homem como estratégia de superação das desigualdades de gênero no contexto do RS” e “Ressignificar Masculinidades e Paternidades - É Possível! Metodologias Ativas e Estratégias do Instituto Promundo”.
O ciclo de formações está programado para ocorrer nas regiões Metropolitana, Serra, Norte, Missioneira, Centro-oeste, Sul e dos Vales, conforme agendamento com as Coordenadorias Regionais de Saúde. O ciclo está organizado em 15 encontros e a previsão é de 1,5 mil pessoas formadas (membros das equipes de Atenção Primária à Saúde e programa Primeira Infância Melhor).