Saúde alerta para o controle de animais de rua
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Quem caminha pelas ruas nas grandes e pequenas cidades gaúchas pode ver cachorros e gatos abandonados que, sem os cuidados necessários, podem trazer danos à saúde da população. Na década de 1980, estimativas do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), indicavam que 10% da população gaúcha possui ao menos um cachorro em casa. Atualmente, esse número aumentou e está entre 15% até 25%, uma relação de um cachorro para cada quatro pessoas.
De acordo com o veterinário do CEVS Eduardo Caldas, as ações que norteiam o trabalho da Vigilância Estadual estão relacionadas ao "controle de populações de animais de interesse em saúde pública", além de conscientizar a população em relação à responsabilidade individual e coletiva sobre os animais. "Nosso objetivo é trabalhar para que cada vez mais o número de cães e gatos abandonados seja reduzido", ressalta.
O CEVS orienta as secretarias municipais de Saúde e as prefeituras, a quem compete gerenciar o problema, a criar legislação própria para o controle das populações de animais. Caldas esclarece que a reprodução sem controle dessas espécies pode se refletir em ameaças à saúde humana, especialmente de doenças ou agravos como raiva, leptospirose, hidatidose, bicho-do-pé, bicho geográfico, ectoparasitas (pulgas, carrapatos, sarnas), mordeduras e agressões.
POSSE RESPONSÁVEL - Uma das melhores alternativas para diminuir o abandono desses animais, explica o veterinário, é a estratégia denominada "posse responsável". Segundo ele, essa é a condição na qual o dono do animal assume a obrigação de prover alimentos, abrigo e a manutenção da saúde e bem-estar do mascote ao longo de toda sua vida. "Isso ajuda a reduzir os riscos que o animal pode causar ao meio ambiente, bem como se tornar potencial agressor, transmissor de doenças aos humanos ou a outros animais", alerta.
O veterinário salienta, inclusive, que seria importante as prefeituras municipais incluírem em suas preocupações o registro de animais - cão, gato e outros de interesse à coletividade -, considerando que a iniciativa vai cadastrar os bichos, e principalmente, seus donos. "Isto tornará possível conhecer os números reais, as espécies e quem é o dono de cada mascote."
Ao adotar um gato ou um cachorro, é necessário atenção para alguns cuidados importantes: a alimentação deve ser adequada e em quantidades suficientes; o animal deve ter à disposição água fresca e limpa; deve permanecer dentro dos limites da casa ou do quintal; se for sair às ruas a passeio, precisa estar sempre com coleira e guia; vacinas contra a raiva e outras doenças são indispensáveis; os banhos e o controle de vermes e parasitas externos também devem ser controlados.
Segundo o capitão Costa Limeira, adjunto de operações do Comando Rodoviário da Brigada Militar, órgão responsável pelo policiamento dos 11.356 quilômetros de rodovias estaduais no Estado, o cão é o animal que mais se envolve em acidentes de trânsito nas estradas gaúchas. "O cachorro doméstico, ou mesmo o sem dono que perambula pelas rodovias, é o causador de mais de um terço dos acidentes envolvendo todos os tipos de animais", explica o capitão. A BM registrou, de janeiro a setembro deste ano, 219 acidentes em estradas estaduais envolvendo animais, sendo que, desses, 74 foram com cães.