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Caso importado de sarampo no RS é alerta para a importância da vacinação

Paciente é um adulto, morador da Capital, sem comprovação vacinal, que retornou de viagem aos Estados Unidos

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Card em fundo cinza, no qual está escrito Saúde ao centro, logo abaixo de um ícone formado por uma mulher com um estetoscópio pendurado no pescoço e atrás dela, à esquerda e à direita, dois contornos representando pessoas com estetoscópio pendurado em volta do pescoço. No canto inferior direito está a logomarca utilizada pela gestão 2023-2026 do governo do Rio Grande do Sul.

Foi confirmado na última semana pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) um caso de sarampo em uma paciente adulto, moradora da Capital. A mulher, de 50 anos, não possuía comprovação vacinal e havia retornado de viagem aos Estados Unidos no final de março. Os primeiros sintomas surgiram no início de abril. É o primeiro caso importado do Estado desde janeiro de 2024.

Em resposta à notificação, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre estão em monitoramento dos contatos domiciliares do caso quanto ao surgimento de sintomas e situação vacinal contra o sarampo. Os comunicantes dos locais por onde ocorreu circulação em período de transmissibilidade, a partir de 31 de março, estão sob monitoramento quanto ao surgimento de sintomas e revisão da situação vacinal contra sarampo, inclusive no voo de retorno ao Rio Grande do Sul. Até o presente momento não há casos sintomáticos dentre os expostos.

Acesse aqui o Alerta Epidemiológico Nº 4

O caso

A mulher apresentou febre, mialgia, cansaço, tosse e coriza em 3 de abril (havia retornado de viagem há três dias). O exantema maculopapular (manchas avermelhadas) teve início discreto na face em 6 de abril, com progressão para tórax, abdômen e membros. Em busca de atendimento médico, ocorreu hospitalização de 8 a 11 de abril, permanecendo em isolamento e sendo detectada plaquetopenia (redução do número de plaquetas no sangue).

Ela referiu ter realizado esquema vacinal completo contra o sarampo, porém não apresentou comprovante. Foram coletadas as amostras clínicas, com envio ao Lacen/RS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com resultados reagentes (positivos) em 17 de abril.

Intensificação das ações de vigilância

Em 31 de março, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Cevs, já havia publicado uma Nota Informativa sobre o sarampo, alertando para a intensificação das ações de vigilância frente às ocorrências de sarampo em outros estados brasileiros e na região das Américas. No país, já foram identificados neste ano, até esta quarta-feira (24/03), três no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em São Paulo e agora por último o caso do RS.

A medida mais efetiva para a prevenção é a vacinação, ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de 12 meses a 59 anos, de acordo com as indicações do calendário de rotina.

O sarampo é uma doença infecciosa, especialmente grave em menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos. É extremamente contagiosa e causada por um vírus transmitido de pessoa para pessoa por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os principais sinais e sintomas do sarampo são o aparecimento de manchas vermelhas (exantema) no corpo e febre alta (acima de 38,5°C) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite) e nariz escorrendo (coriza). A transmissão inicia seis dias antes do exantema e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.

Casos no RS

Os últimos casos ocorridos dentro do Rio Grande do Sul (sem histórico de viagem) foram registrados entre 2018 e 2020, com 185 confirmações no período. Em janeiro de 2024, o RS confirmou um caso importado de sarampo em criança três anos, sem vacinação prévia, procedente de país asiático e sem outros casos derivados.

Série histórica do sarampo no RS

2025: 1 caso importado

2024: 1 caso importado

2021-2023: sem casos registrados

2020: 37 casos

2019: 101 casos

2018: 47 casos

2012-2017: sem casos registrados

2011: 8 casos

2010: 7 casos

Vacinação

Todas as pessoas com idade entre 12 meses e 59 anos têm indicação para serem vacinadas contra o sarampo. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal de acordo com a situação encontrada, respeitando as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. São duas as vacinas disponíveis para proteção contra o sarampo: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

Esquemas vacinais

  • Crianças de 12 meses a menores de cinco anos: primeira dose (D1) aos 12 meses com a tríplice viral e segunda dose (D2) aos 15 meses com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
  • Pessoas de cinco a 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral
  • Pessoas de 30 a 59 anos: uma dose de tríplice viral
  • Trabalhadores da saúde: duas doses de tríplice viral
  • A vacina tríplice viral é contraindicada durante a gestação. As gestantes não vacinadas ou com esquema incompleto deverão receber a vacina no puerpério.

Meta de cobertura vacinal

A vacinação contra o sarampo para as crianças possui meta de vacinação de 95%, o que o Rio Grande do Sul chegou a alcançar para a primeira dose nos últimos dois anos, porém sem chegar no índice para a segunda dose.

Cobertura vacinal em crianças contra o Sarampo

Ano – Cobertura Tríplice Viral – primeira dose (%) / Cobertura Tríplice Viral ou Tetraviral – segunda dose (%)

2020 – 86,08 / 78,39

2021 – 79,88 / 56,03

2022 – 88,48 / 62,59

2023 – 95,96 / 70,26

2024 – 98,26 / 85,63

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