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Rio Grande do Sul é exemplo no tratamento da Hanseníase

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A Hanseníase, uma das doenças mais antigas já registradas, está presente ainda hoje no mundo todo e exige atenção especial dos órgãos públicos. No mês dedicado ao hanseniano (Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase transcorre sempre no último domingo de janeiro), a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) destaca os avanços obtidos no Rio Grande do Sul nos últimos anos.

 

Em 2005, o RS obteve uma importante conquista, atingindo a meta de eliminação da doença em nível regional, com menos de um caso para cada dez mil habitantes em cada uma das 19 coordenadorias regionais da SES. Conforme o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, políticas públicas sérias, como o desenvolvimento de ações educativas que alertam sobre sintomas da doença, capacitação dos profissionais que atuam na rede básica de saúde e a disponibilização do tratamento gratuito em todos os municípios gaúchos, são transformações que desenharam este cenário para os gaúchos. Em 1995, o Rio Grande do Sul obteve a condição de primeiro Estado brasileiro a atingir a meta de eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública, ficando abaixo da taxa nacional de prevalência (total de casos registrados para cada 10 mil habitantes).

 

A incidência (novos casos a cada 10 mil habitantes) da Hanseníase tem caído a cada ano no Estado. Foram 241 ocorrências em 2004 (incidência de 0,23); 148 em 2005 (0,22) e 193 casos em 2006, com incidência de apenas 0,17. A prevalência se mantém a mesma nos últimos três anos: 0,21 para cada 10 mil pessoas.

 

Após atingir as metas de eliminação da doença, o Rio Grande do Sul intensificou o trabalho para acelerar o diagnóstico e o início do tratamento dos pacientes. Conforme a responsável pela Seção de Dermatologia Sanitária da SES, Márcia Gisele Lira, a rapidez na identificação e início do tratamento reduz o número de pessoas que ficam incapacitadas pela Hanseníase. "Muitos pacientes ficam com algum comprometimento físico por descobrir a doença tardiamente", explica. Para evitar essa situação, as equipes de saúde estão ampliando o foco de atuação. "Agora estamos dando ênfase para o acompanhamento e orientação das pessoas próximas do hanseniano. Esse contato nos proporciona uma margem de diagnóstico precoce que é decisivo para a preservar integridade física do paciente", defende Márcia.

 

A Hanseníase é uma doença contagiosa, transmitida pela respiração, que ataca a pele e os nervos periféricos. A doença se caracteriza pelo aparecimento de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, dormentes e caroços no corpo, além de dor, sensação de formigamento ou de dormência nos braços, nas mãos e nos pés. O tratamento é ambulatorial, com utilização de medicamentos. Se o paciente for diagnosticado na fase inicial da doença, o tratamento será de seis meses. Se o diagnóstico for tardio, a recuperação levará cerca de 12 meses. A regularidade do tratamento é fundamental para a recuperação do paciente, alerta Márcia Gisele Lira.

 

A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram radicalmente os processos de tratamento e cura. No início do século passado, a política de internação compulsória resultou na construção de hospitais para abrigar os hansenianos. Assim, em 1940 foi inaugurado em Viamão o Hospital Colônia Itapuã, que recebeu ao longo de sua história 1.454 pessoas oriundas de diferentes localidades do Estado.

 

A modernização do tratamento da Hanseníase, a partir da década de 60, aboliu o internamento compulsório e possibilitou alta a muitos pacientes. Atualmente o HCI abriga cerca de 122 moradores-usuários, sendo 47 ex-hansenianos, que têm assistência não só de moradia, mas também de uma política que visa o resgate da cidadania e a reintegração social destes sujeitos, tão marcados pelo preconceito e exclusão. Além disso, o Hospital atende a saúde da comunidade do entorno, cerca de 7.500 pessoas, da Vila de Itapuã e do município de Viamão.

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