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Reciclagem de lixo auxilia tratamento no Hospital São Pedro

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A triagem mensal de toneladas de resíduos sólidos em um prédio anexo ao Hospital Psiquiátrico São Pedro está oferendo uma oportunidade de reabilitação psico-social e profissional. Para os moradores da Vila São Pedro, localizada ao lado do hospital, significa ainda uma opção digna de trabalho e renda, além da formação de uma consciência ecológica.

O trabalho teve início a partir de um pequeno grupo de separação de resíduos existente na instituição em 2001 e cresceu até se transformar na Associação dos Trabalhadores da Unidade de Triagem - ATUT. Atualmente, trabalham no local 14 pessoas da vila e outras 18 que participam do Clube da Amizade, formado por portadores de transtorno psíquico que fazem atendimento ambulatorial no HPSP e alguns moradores. Para o HPSP, o foco do trabalho é o exercício terapêutico.

O projeto conta com órgãos do Governo do Estado e Polícia Rodoviária Federal e tem o apoio do Citybank e Tele-lista, entre outras empresas, com o suporte técnico-operacional do DMLU, que também recolhe o material doado e o desloca até um galpão. Os resíduos vão para as "gaiolas" e são separados e prensados, formando os "fardos". Os plásticos são separados por tipos e os papéis são picotados.

A terapeuta-ocupacional Joana dos Santos acompanha todo o trabalho e só interfere quando percebe algum transtorno. Nessas situações, são realizados atendimentos individualizados e, nos casos mais sérios, também são feitos encaminhamentos ao psiquiatra. O apoio psicológico na ATUT é realizado por Joana e pelo psicólogo Alexandre Baptista. Nas sextas-feiras, acontece o Grupo Operativo, quando são discutidas as dificuldades encontradas e também é feito o planejamento da semana seguinte. Joana diz que é visível o desenvolvimento dos integrantes do grupo e os laços de amizade que nascem com o convívio. "Eles se sentem acolhidos e valorizados, assumem tarefas e responsabilidades e ainda têm acesso ao dinheiro, com o qual conseguem realizar seus pequenos desejos, mas que para eles são muito importantes. É uma lição de vida."

Uma das trabalhadoras, Luísa dos Santos, diz que valoriza muito o seu trabalho, pois é dele que depende a sua sobrevivência. "Está muito difícil conseguir emprego". O volume atual de resíduos não supre a capacidade de processamento da unidade e a ATUT está aberta a novas parcerias para atender à lista de espera por emprego. Interessados em contribuir com a unidade podem obter informações pelo site www.atut.org.br.
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