Programado para iniciar na segunda metade de maio, o projeto de testagem para covid-19 com exames RT-PCR de caminhoneiros que transportam carga pelas fronteiras do país apresentado pelo Estado do Rio Grande do Sul será utilizado como referência para outros estados brasileiros. Em reunião virtual, nesta terça-feira (11/5), entre Secretaria da Saúde (SES), Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a proposta apresentada pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, e pela coordenadora dos Laboratórios Regionais do Estado, do Laboratório Central do Estado (Lacen), Loeci Natalina Timm, foi elogiada e será usada como um ponto de partida para ações semelhantes em outras áreas de fronteira, como, por exemplo, entre Acre e Peru. “A proposta final ficou muito melhor do que esperávamos”, falou a diretora executiva da ABTI, Gladys Vinci, que vem acompanhando o andamento das tratativas.

Inicialmente, seriam testados os caminhoneiros com destino à Argentina. Na reunião desta terça-feira foram incluídos os motoristas que transportam cargas para o Chile.

A ação partiu da ANTT, em conformidade com uma legislação argentina, que pede um teste de biologia molecular (RT-PCR) negativo para a presença do coronavírus nos caminhoneiros que atravessarem a aduana. Os municípios de Passo Fundo, Osório, Bento Gonçalves, São Marcos, Vacaria e Caxias do Sul terão pontos de coleta do exame, em postos de saúde que já realizam esse serviço. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também será parceira, oferecendo orientação aos profissionais e garagens para estacionar os caminhões. A escolha dos municípios, de acordo com a secretaria Arita Bergmann, é “estratégica”, pois a maior parte dos motoristas de caminhão que vêm de outros Estados ou partem do Rio Grande do Sul a caminho da Argentina ou outros países precisa passar por algum desses pontos, nas principais rodovias federais.

Para realizar o teste RT-PCR, o caminhoneiro deverá portar um documento chamado Manifesto Internacional de Cargas (MIC), para provar que irá atravessar a fronteira do país. Todos os insumos necessários aos testes (swab de coleta nasal e faríngeo, kits de extração de RNA e amplificação) serão oferecidos pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLab). Neste momento, os testes serão rodados no Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre, até que a estrutura do Laboratório de Fronteira (Lafron), em Uruguaiana, esteja totalmente montada.

As amostras coletas serão levadas ao Lacen por ônibus rodoviários de passageiros. Na capital, estes testes serão rodados como prioridade, para cumprir o prazo de sete dias de validade do resultado para que os motoristas possam atravessar a fronteira.