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Profissionais da saúde debatem hemorragia pós-parto e qualificação da assistência

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De pé, ao lado de Elson, uma mulher fala. A plateia assiste sentada.
Diretor do DAS, Elson Farias, também participou da reunião em Porto Alegre - Foto: Ângela Fernandes

A hemorragia pós-parto e pós-abortamento é a segunda causa de morte materna no Brasil e representa 15% de todos os óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde (MS/2014). Para reverter esta realidade, a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), em parceria como o MS e Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS), desenvolve o Projeto Zero Morte Materna por Hemorragia. Com duração de três anos, o projeto tem por objetivo estruturar processo de qualificação da atenção às situações de morte e adoecimento de mulheres com hemorragia pós-parto, principalmente em áreas remotas e de pouco acesso às tecnologias de cuidado. Profissionais que atuam em hospitais de referência, SAMU e unidades básicas de saúde participaram de uma oficina, nesta segunda-feira (18), na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs). A finalidade é debater as causas das demoras que levam à mortalidade materna por hemorragia, onde elas mais acontecem no Estado, quais os serviços disponíveis e fluxos de atenção pactuados.

Participaram desta etapa do projeto oito estados brasileiros, seis deles por terem maior índice de mortalidade materna por hemorragia: Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins. Outros dois estados, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, apesar de não estarem entre os com maior número de mortes, estão incluídos para serem multiplicadores do conhecimento em suas respectivas regiões, sul e sudeste do país.

A oficina visa também capacitar os participantes para a inserção e o uso de trajes antichoque não-pneumáticos (TAN) nestas situações. O equipamento, utilizado em casos de hemorragias pós-parto, garante a continuidade do fluxo sanguíneo em órgãos vitais como o cérebro, coração e pulmão, a partir de compressão em membros inferiores do corpo e da pelve. O Estado receberá 60 destes trajes a serem utilizados em áreas remotas com menos acesso a serviços de saúde especializados.

“Este equipamento pode ser usado por até 15 horas, permitindo o tempo hábil para encaminhar a paciente aos serviços especializados”, diz Nadiane Lemos, coordenadora da Seção da Saúde da Mulher da SES/RS. Segundo ela, além de capacitar profissionais para o uso da tecnologia no enfrentamento do problema, a oficina vai também oportunizar a definição de um plano de ação no RS.

A assessora técnica da Coordenação Geral da Saúde das Mulheres do MS, Aline Costa, explica que, além de buscar a redução da mortalidade materna por hemorragia pós-parto, o projeto tem por objetivo sobretudo qualificar as práticas do manejo obstétrico para este agravo e diminuir as situações de quase morte. Durante o dia de hoje, os participantes da oficina vão avaliar e debater os fatores determinantes e as causas das demoras que levam à morte materna por hemorragia, mapear a rede e os fluxos de atendimento, incluir o percurso para o acesso aos serviços de saúde, sua resolução, problemas, falhas e possíveis omissões em todas as etapas envolvidas no processo. “Com base nestas informações, poderemos rever processos e qualificar a atenção a estes casos. A maioria dessas mortes poderia ser evitada com gestão de saúde adequada e em tempo hábil”, explica Aline.

 

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