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Pesquisas apontam dados de epidemia de HIV no Rio Grande do Sul

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Imagem do auditório lotado e com telão ao fundo, sendo apresentado por uma das palestrantes.
Evento foi realizado no Hospital Moinhos de Vento - Foto: Leonardo Lenskij

Foram apresentados, nesta quinta-feira (15), os resultados do Projeto Atitude, estudo conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), com o objetivo de mapear as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) no Estado. Ao todo, 56 municípios escolhidos por sorteio participaram da pesquisa que mapeou o comportamento, as práticas e as atitudes da população em relação às ISTs.  

A pesquisa também permitiu avaliar a prevalência do vírus HIV, da sífilis e das hepatites B e C no Rio Grande do Sul.  O projeto realizou uma série de visitas pelos principais municípios para recrutar voluntários. Além de responder aos questionamentos, os 8,5 mil participantes foram testados para HIV, sífilis e hepatites B e C.  

Os dados coletados pelo estudo apontam que os casos de HIV têm prevalência em cidades da Região Metropolitana. A análise das macrorregiões de saúde mostrou que a prevalência do vírus HIV caracteriza uma epidemia generalizada, isto é, quando a transmissão ocorre pela população em geral, não apenas em grupos definidos como vulneráveis. Já a sífilis apresenta taxas elevadas em todas as regiões, o que reforça a importância de ações de conscientização.  

Na ocasião, a infectologista  Maria Letícia Ikeda, representando a Secretaria Estadual da Saúde, participou da mesa redonda “Outras Pesquisas sobre HIV, Sífilis, IST e Hepatites B e C - situação destes agravos no país”, na qual apresentou três projetos.   

O primeiro deles foi o Parturientes RS, realizado em parceria com a Universidade de Caxias do Sul e o Departamento de Doenças de Condições e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Ministério da Saúde (DIAHV/MS). A pesquisa retratou os índices de HIV e sífilis em parturientes residentes no estado e atendidas em maternidades do SUS, fornecendo dados às macrorregiões que subsidiarão a resposta aos altos números de infecção.  

Outro estudo foi a Iniciativa Brasileira de Descentralização do Cuidado a Doença Avançada por HIV, realizado por meio de parceria entre a Unisinos, a Associação Hospitalar Vila Nova, o Clinton Health Acces Iniciative a Prefeitura de Porto Alegre. Busca desenvolver modelo descentralizado de atenção ao HIV em Porto Alegre e região metropolitana, visando a melhoria do acesso ao diagnóstico e tratamento oportunos.  

O terceiro estudo, denominado Vinculação e retenção de pessoas com HIV em serviços públicos de saúde, em parceria com a AIDS Healthcare Foundation (AHF): análise das barreiras de acesso, dos perfis de vulnerabilidade da vinculação e de diferentes padrões de retenção. 

Em complementação aos dados apresentados pelas duas colegas de mesa, Eliana Márcia Da Ros Wendland — investigadora principal do Projeto Atitude e Maria Clara Gianna Garcia Ribeiro, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis - DATHI/SVSA/MS, Letícia Ikeda defendeu os investimentos em educação, comunicação e execução de políticas públicas para o combate ao HIV no Rio Grande do Sul. “É uma meta que consta no Plano Plurianual do Estado. O enfrentamento desta epidemia envolve muita parceria intersetorial, necessidade de controle da população em geral para evitarmos o atual cenário de diagnósticos com doença avançada”, reforçou a infectologista.  

“O HIV representa uma infecção de determinação social, ainda envolta em preconceitos, apesar de termos medicamentos eficazes e serviços atentos. Precisamos seguir avançando nas pesquisas e expandir para ciências sociais buscando melhores explicações para os dados apresentados. É um compromisso do governo do estado: nós não vamos deixar ninguém para trás”, completou.  

Entre as ações e estratégias de enfrentamento estão a criação de Comitê Executivo Intersetorial, coordenado pela Secretaria da Saúde e composto por departamentos da SES e representantes da sociedade civil. Um dos objetivos é a eliminação da transmissão vertical HIV e sífilis, prevenção de novas infecções, redução da mortalidade e fortalecimento da sociedade civil. 

Texto: Mariana Ribeiro/SES

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