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[OPINIÃO] Este é um Natal diferente

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E nessa tarde de 24 de dezembro, enquanto muitos organizam a ceia, mais de 9 mil família gaúchas estão com um lugar vago à mesa. Outras tantas, batalhando para superar as dificuldades econômicas. Em qualquer situação, essas famílias - essas pessoas - estão sofrendo. E se elas estão com qualquer diminuição da qualidade de vida ou do potencial de viver, isso é um problema de saúde.  

A saudade, o vazio, o luto ou o desespero são condições silenciosas, e por vezes, negligenciadas. Nesse momento que tantas famílias estão sofrendo, nós profissionais da saúde – que estamos diariamente tentando aliviar o sofrimento - infelizmente não temos um medicamento ou uma vacina. Entretanto, nós temos uma mão estendida, nós temos um ouvido atento, nós temos um olhar vigilante. Não podemos ‘arrancar’ a dor de tantos gaúchos, mas podemos segurar a mão e ir junto. 

Podemos segurar a sua mão em oração, podemos segurar a sua mão, ainda que através da câmera do celular. Podemos lembrar das várias pessoas que amam você. Podemos lembrar que vocês não estão sozinhos. Podemos estar presentes, disponíveis, podemos fazer uma saúde humanizada. 

No bloco cirúrgico, na unidade de saúde, no laboratório de análises clínicas, na vigilância, nas universidades. 

Somos profissionais da saúde, pois decidimos dedicar a nossa vida a apoiar e aliviar o sofrimento do próximo. Seja promovendo saúde, prevenindo doença, reabilitando ou confortando. Somos profissionais, também perdemos pessoas, também estamos sofrendo. E estamos aqui, para operar, para manter os locais seguros e limpos, para reunir e analisar números, para investigar esgotos ou para processar exames. 

Estamos aqui para curar às vezes, mas para cuidar sempre! Nossa solidariedade e apoio a todas as pessoas que terão um Natal diferente. Que possamos juntos aliviar o sofrimento de muitas pessoas.

Pequenos gestos podem trazer calor ao coração, como:

- Identifique situações acolhedoras e que podem trazer conforto para o seu coração.

- O tempo é de isolamento físico, mas evite o isolamento social. 

- Respeite o seu tempo de falar, de chorar, de rir. 

- Cultive lembranças positivas. Mantenha contato com pessoas que amam você. 

-Tenha certeza que você fez tudo que estava a seu alcance. Mesmo, que às vezes seja difícil entendermos isso. 

- Evite se responsabilizar por tantas situações que fogem ao controle. Converse com pessoas da sua confiança.

- E lembre-se, a qualquer momento você pode procurar ajuda profissional.

Por CYNTHIA GOULART MOLINA-BASTOS DIRETORA DO CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE (CEVS)
Secretaria da Saúde