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Inaugurada Unidade de Acolhimento "Mãe Me Quer" para gestantes usuárias de crack, álcool e outras drogas em São Lourenço do Sul

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Arita Bergamnn em pé cfala ao microfone para uma plateia sentada em cadeiras em um auditório. Um ramo de flores brancas aparece em primeiro plano emoldurando a foto.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, participou, nesta sexta-feira (20) da inauguração da Unidade de Acolhimento "Mãe Me Quer",  localizada no anexo do Hospital São João da Reserva, 6º distrito de São Lourenço do Sul.  A unidade é destinada ao atendimento de gestantes maiores de 18 anos com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Será referência para a Macrorregião Sul do Estado, disponibilizando de 10 a 15 vagas de acolhimento residencial transitório para usuárias encaminhadas por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

O serviço vai proporcionar às gestantes usuárias de drogas a oportunidade de cuidarem de si e de sua gestação em local protegido, protagonizando a construção de seus projetos terapêuticos singulares. A essas gestantes serão garantidos o acesso ao pré-natal e a todo o acompanhamento clínico necessário, além da atenção no pós-parto e puerpério e da possibilidade de cuidado da criança, de forma articulada com a rede intersetorial de saúde.

A implementação do novo serviço é  fruto de uma parceria entre o município e a direçáo do Hospital da Reserva.  Contou com verbas federais no valor de R$ 70.000,00,  para reforma, aquisição de material de consumo e capacitação de equipe técnica, entre outras ações. Para custeio está previsto um repasse mensal de R$ 25.000,00.

A assitência à saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Lourenço do Sul tem reconhecimento nacional devido às experiências pioneiras e exitosas na área. Durante a cerimonia de inauguração, a secretária Arita, que foi gestora de saúde municipal, lembrou que há 33 anos começou a ser construído o Centro de Saúde Mental, um projeto que é reconhecido nacionalmente como uma experiencia inovadora no cuidado em liberdade. "São Lourenço do Sul é um orgulho para o Estado e para o Brasil na àrea de Saúde Mental, afirmou". Na oportunidade,  Arita agradeceu o presidente do Hospital da Reserva, Luis Roberto Saalfeld e toda a equipe diretiva por ter disponibilizado uma área nobre para a instalação da Unidade de Acolhimento. 

Para o funcionamento da Unidade, a secretária orientou que é importante organizar o fluxo externo de gestantes que virão, de tal modo que se consiga seguir todos os protocolos. "Devemos ter a segurança de que este trabalho vai completar o ciclo com todos os dispositivos de saúde mental que temos à disposição. Da porta de entrada que é o CAPS AD , passando pela rede de atenção primária para o pré-natal, até a maternidade e o fundamental é que essas pessoas se sintam acolhidas e amadas", concluiu.

O coordenador de Saúde Mental de São Lourenço do Sul, Flávio Resmini recordou que depois que foi criado o Centro, sendo o primeiro CAPS municipal do Brasil em 1987, começou a ser instalada toda uma rede de assistência em saúde mental na cidade e região. Ao considerar dependência química uma doença, Rasmini frisou que "o acolhimento a essas pessoas que precisam deve ser feito de forma horizontal e humanizada, só assim vamos estar fazendo algo humanamente útil".

Conforme a chefe da Divisão de Políticas Transversais e coordenadora da Política de Saúde Mental da Secretaria da Saúde (SES/RS), Marilise Fraga de Souza,"o uso de drogas por gestantes tem revelado um importante problema de saúde pública, pois essas gestantes apresentam menor adesão ao pré-natal, resultando em menor participação em grupos de gestantes e maior risco de intercorrência obstétrica e fetal, que geram demanda por assistência especializada no sistema de saúde".

Ela assinala que esta situação também implica em um problema social, uma vez que a maioria das gestantes usuárias de drogas acaba abandonando ou perdendo a guarda legal dos filhos pelas dificuldades em ofertar os cuidados necessários aos mesmospor conta da dependência química.


Rede de Atenção Psicossocial na Macrorregião Sul

A Macrorregião de Saúde Sul é formada pelas regiões de Saúde 21 e 22, com cidades pólos em Pelotas (3ª Coordenadoria Regional de Saúde e Bagé (7ª Coordenaria Regional de Saúde), respectivamente.

A Região 21 possui 22 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) habilitados pelo Ministério da Saúde, em diferentes modalidades, em 11 dos 21 municípios. Os municípios que não possuem CAPS são referenciados para CAPS regionais. Assim, todos os municípios da região possuem referência de atendimento especializado em saúde mental.
Também existem 90 leitos de saúde mental em hospitais gerais e 190 leitos em hospitais psiquiátricos.
Em 2022, os CAPS da região atenderam 3147 pacientes por problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, sendo 805 do sexo feminino. No mesmo período, ocorreram 694 internações por problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas nos hospitais da região.

A Região de Saúde 22 – Pampa, composta por seis municípios, apresenta a seguinte composição da rede : 1 Núcleo de Atenção Básica (NAAB), em Candiota, um CAPS I e 8 leitos em Hospital Geral em Dom Pedrito., 1 CAPS II, 1 CAPS adulto AD, 1 CAPS i, 1 Serviço Residencial Terapêutico, 1 Unidade de Acolhimento e 15 leitos em Hospital geral em Bagé.
Aceguá, Hulha Negra e Lavras do Sul não possuem nenhum dispositivo, tendo a retaguarda da atenção especializada do município de Bagé.


Também participaram do ato de inauguração, o prefeito em exercício de São Lourenço do Sul, Cleo Uarthe e a secretária municipal da Saúde, Adriane Huber Martins, além do corpo diretivo do Hospital e autoridades locais.

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