Farmácia do Estado agora possui rampa móvel
Publicação:

A partir desta semana, os cadeirantes não precisarão mais ser atendidos na calçada quando forem à Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado (FME), na esquina da Avenida Borges de Medeiros com a Rua Riachuelo, Centro Histórico de Porto Alegre. A Secretaria da Saúde (SES) colocou uma rampa móvel à disposição das pessoas que têm dificuldades de subir escada. De acordo com o usuário Nelson Khalil, - que luta por acessibilidade na Farmácia do Estado há cerca de uma década – este é um grande avanço para quem usa cadeiras de rodas. “Ser atendido na rua, além de estar sujeito ao tempo, abaixo de sol forte ou chuva, também diminui muito a autoestima e nos faz lembrar que, de alguma forma, somos diferentes”, diz Khalil, que é presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre (Comdepa).
O farmacêutico e diretor técnico da FME, Lucas Balsanelli Souza, explica que a instalação é uma solução encontrada de acessibilidade assistida, pois uma rampa permanente não é possível no local. “O prédio da farmácia é histórico e tombado, não podemos fazer alterações permanentes na estrutura e na fachada”, explica. Para Balsanelli, esse é um avanço que trará mais conforto na espera dessas pessoas, mas comenta que apenas facilitar o acesso não é o suficiente. Por isso, a SES também elaborou um projeto de reformas no interior da farmácia, para liberar mais espaço e permitir uma melhor circulação. De acordo com a arquiteta da SES, Rosely Gimenez, o projeto prevê reestruturação dos guichês para que alguns deles fiquem mais baixos e mais largos, um novo balcão de informações e espaço reservado para dois cadeirantes ou pessoas obesas, além de liberar espaço em linha reta da porta ao primeiro guichê.
Khalil diz que a sociedade brasileira ainda não tem a cultura da acessibilidade. “Os cadeirantes acabam ficando reclusos em casa. Há vários segmentos da sociedade que ainda precisam melhorar, como transporte, calçadas, prédios públicos”, exemplificou. “Uma cidade acessível é boa para todos, não apenas para quem depende de cadeira de rodas. E são soluções simples como essa que fazem diferença na nossa vida”, defende Khalil.
