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Estado reconhece violência doméstica contra a mulher como uma questão de saúde pública

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Na abertura do encontro "Violência Doméstica contra a Mulher é uma Questão de Saúde Pública" hoje (02/12), no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, o secretário Estadual da Saúde, Osmar Terra, afirmou que a violência, de uma maneira geral, já é apontada como epidemia e que a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) está integrada às entidades civis na luta pelo fim da violência contra a mulher . "Reconhecemos que a violência contra a mulher é um problema de saúde pública e como tal deve ser tratada", afirmou Terra. A Saúde está assumindo o seu papel, através de políticas públicas, definidas com recursos financeiros, capacitação de pessoal e estrutura física. "Vamos estabelecer uma Rede Estadual de Atenção à Mulher, em parceria com outras secretarias de Estado, como Educação e Segurança, e os Centros de Referência serão criados num curto espaço de tempo, atendendo à uma antiga reivindicação dos movimentos feministas", garantiu Osmar Terra.

No encontro o secretário destacou o trabalho desenvolvido pelas Organizações Não-Governamentais (ONGs) e disse que a SES/RS quer se somar a este esforço, capacitando recursos humanos e formando equipes nas 19 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs). Com pessoal capacitado, o Estado terá condições de prevenir, orientar e principalmente acolher a vítima da violência, minimizando os seus problemas. Osmar Terra também falou da cultura e do preconceito que cercam o tema, já que, a violência contra a mulher é sub-notificada e geralmente praticada no próprio lar. "É uma violência que mata e precisamos executar as ações, em parceria com as entidades civis, para diminuir a violência de um modo geral", concluiu.

O coordenador da Seção da Saúde da Mulher da (SES/RS), Flávio Vieira, falou que a luta dos movimentos feministas está tendo resultados concretos a partir do momento em que a SES/RS passa a assumir um espaço, até hoje em aberto. "Queremos a integração e a experiência das entidades para capacitarmos a rede no acolhimento e atendimento na atenção à saúde mental e física da mulher", conclamou Vieira.

Foi palestrante do evento Ana Flávia Pires DOliveira, professora doutora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP- São Paulo, que falou sobre a importância dos serviços de saúde na rede intersetorial de atenção à mulher em situação de violência.

Segundo o Banco Mundial 70% dos incidentes de violência contra a mulher ocorrem no próprio lar, sendo praticados pelos ex-maridos e ex-companheiros. Sendo que, 40% dos casos resultam em lesões graves. Em 2000, de acordo com o Comitê Estadual de Mortalidade Materna, a violência doméstica foi a segunda causa indireta de morte materna em todo o Rio Grande do Sul. Anualmente, a polícia gaúcha registra uma média de 100 mil ocorrências em que a mulher é a vítima.
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