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Estado garante abastecimento de vacinas da meningite para São Leopoldo

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A imagem mostra duas mãos femininas preparando uma vacina.
Vacina meningocócica é direcionada a crianças menores de 1 ano e adolescentes de 11 a 14 anos. - Foto: Divulgação/SES

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) acertou com o município de São Leopoldo que atenderá a demanda necessária quanto ao abastecimento da vacina contra a meningite bacteriana para crianças e adolescentes. Dois óbitos foram registrados na cidade nas últimas semanas por dois tipos diferentes de bactérias. o último deles (ocorrido nesta terça-feira, dia 2) pelo tipo C, em uma jovem de 14 anos. Para este tipo de meningite há vacina na rede pública. A imunização é prevista para as crianças menores de um ano e para os adolescentes entre 11 e 14 anos.

Nesta terça-feira, uma equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) esteve no município para uma reunião com o secretário municipal de saúde, Ricardo Charão, e a equipe de vigilância em saúde do município. Na oportunidade, foram definidas as ações de prevenção a novos casos. Colegas de turma da adolescente estão sendo contatados pela Secretaria Municipal de Saúde para receberem um tratamento preventivo com antibiótico, mesma ação de quimioprofilaxia que já foi feita com os familiares da jovem. A medida é a principal forma de evitar novos casos, já que busca identificar nos contatos próximos a possível pessoa que passou a doença (portador assintomático) e outras para as quais ela possa ter transmitido a bactéria. Esse mesmo protocolo já havia sido desencadeado anteriormente no caso do outro óbito registrado na cidade, em uma criança de dois anos, pelo tipo B da doença meningocócica, e que não teve novo registro pelo mesmo tipo após o fato.

A identificação desses contatos é realizada pela investigação epidemiológica da Vigilância em Saúde. A quimioprofilaxia é indicada para quem reside no mesmo domicílio do caso suspeito ou quem teve contato prolongado com ele (considerando-se o contato de, pelo menos, quatro horas contínuas nos últimos 10 dias, que é o tempo de incubação da bactéria). Durante esse período de incubação desde o início de sintomas (que no caso da jovem foi no dia 27/03), a rede de saúde da cidade também está alerta a novos casos com sintomas da doença.

Reforço na vacinação

Na escola estadual onde a jovem de 14 anos estudava, a secretaria municipal fará a revisão da caderneta de vacinação de todos os adolescentes na idade preconizada para a vacina (entre os 11 e 14 anos). Aqueles que não possuírem o registro da dose serão encaminhados para realizarem a imunização. Para atender essa e outras demandas pelas doses que o município venha a ter, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) assegurou o abastecimento da vacina para as idades preconizadas.

A vacina disponível na rede pública é a meningocócica C, que protege contra o tipo C da bactéria Neisseria meningitidis. Entre as formas causadas por esse agente, o tipo C é o mais comum.

As doses recomendadas são aos três e cinco meses de idade, com um reforço aos 12 meses. Crianças e adolescentes dos 11 aos 14 anos também têm recomendação da vacina, com a aplicação de dose única.

A doença

A Doença Meningocócica é uma infecção aguda causada pela bactéria Neisseria meningitidis. A forma clínica mais comum é a meningite meningocócica (inflamação da meninge, membrana que envolve o cérebro e medula) e a mais grave é a meningococemia (bactéria no sangue).

A transmissão se dá por contato direto de pessoa a pessoa por meio de secreções respiratórias. Assim como as demais doenças de transmissão respiratória, a circulação é intensificada nos meses de inverno.

Os principais sintomas são a febre alta e repentina, intensa dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos e, em alguns casos, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão mental.

Casos no Estado

A meningite bacteriana é uma doença considerada endêmica, ou seja, que apresenta circulação no Estado e com a qual a área da Vigilância em Saúde mantém monitoramento. Ao longo de 2018, foram 82 casos, sendo 11 óbitos entre eles. Em 2019, até o momento, foram oito casos, incluídos nesses os dois óbitos de São Leopoldo (os únicos registrados no Estado no ano neste período).

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