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Especialistas debatem ações para enfrentar febre amarela

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Tani Ranieri olha para o telão, que projeta uma imagem.
Tani Ranieri falou da situação da doença no Rio Grande do Sul. - Foto: Divulgação/SES

O Brasil passa hoje pelo maior surto de febre amarela já registrado. Mesmo que o Rio Grande do Sul ainda não tenha tido casos confirmados, diversas ações buscam preparar a assistência e vigilância para a possível reintrodução da doença no Estado. Por isso, nesta sexta-feira (25) o assunto foi tema de evento promovido pela faculdade de infectologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) em parceria com a Secretaria da Saúde (SES) por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).

A capacitação contou com a presença do médico Rafael Galliez, do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS) do Rio de Janeiro (RJ). Ele destacou o que considera o maior desafio para a organização da assistência médica. “A febre amarela é uma doença que acontece em áreas de mata, onde o acesso do paciente aos serviços de saúde é dificultado pelas distâncias”, comenta. O médico coloca essa situação como o principal motivo para a qualificação da rede assistencial, para que os profissionais possam rapidamente identificar os casos suspeito e indicar o tratamento oportuno.

A chefe da Divisão Epidemiológica do Cevs, Tani Ranieri, que também foi painelista do evento da UFCSPA descreveu as principais ações já realizadas no Estado. Uma delas foi a visitação casa a casa em áreas rurais de 17 cidades das regiões mais propensas a chegada da doença. Essa estratégia ainda está em andamento e abrangerá outros municípios próximos a SC buscando fazer com esses residentes sejam uma rede de vigilância, já que o mais provável é que sejam eles os primeiros a identificar um macaco morto na mata.

Sintomas da doença

Os sintomas iniciais da febre amarela são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas e no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.


Situação do RS

Desde 2017, o estado de São Paulo passou a apresentar casos de febre amarela. Na sequência, o vírus se propagou para o Paraná e, por último, Santa Catarina, sempre pela área rural. No Rio Grande do Sul não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009. Segundo o Ministério da Saúde, já foram confirmados no país este ano 85 casos em humanos, sendo 15 óbitos entre eles.

As áreas mais suscetíveis para o retorno da doença ao Estado são o Norte, a Serra e o Litoral Norte, em virtude da divisa com Santa Catarina e onde há a presença de áreas silvestres de mata, por onde o vírus pode avançar sendo trazido pela população de primatas.

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