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Encontro latino-americano e caribenho discute as DSTs até manhã, em Porto Alegre

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Foi aberto oficialmente na noite de ontem (20), em Porto Alegre, o I Encontro da Associação Latino-Americana e Caribenha para o Controle das DSTs e do I Encontro Estadual de DSTs no Rio Grande do Sul. Os debates giram em torno dos desafios e oportunidades para o controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids. A programação, que se desenvolve no auditório do Hospital de Clínicas, ocorre até manhã (22), e é dirigida a médicos, assistentes sociais, farmacêuticos e demais profissionais da área de saúde. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) apóia o evento. Participam os coordenadores nacionais dos países da América Latina e conferencistas da Organização Mundial de Saúde (Nathalie Broutet) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Camara Bilali), além de palestrantes da Universidade da Califórnia, latino-americanos e brasileiros.

 

Na abertura, o presidente da Sociedade Brasileira para o Controle das DSTs/RS e presidente do encontro, Mauro Ramos, disse que a partir deste evento, "espera-se que os países da América Latina formem uma rede de associados e que possam, por meio de intercâmbios, atividades conjuntas, sensibilização e pressão sobre os governos, reverter a situação atual". Ele cita o exemplo da sífilis congênita, que no Brasil registra 12 mil casos por ano, e a existência de um mal que é fácil de prevenir, diagnosticar e tratar. Além disso, causa gravíssimos danos à saúde, como abortamento, mal-formação fetal e retardo mental, entre outros. "Já existe o conhecimento, agora é preciso colocar em prática, fortalecer o relacionamento das associações que já existem e compor novas, num esforço verdadeiro", completou Mauro.

 

"Pela primeira vez um país da América Latina mostrou um estudo de prevalência, com dados, realizado no Brasil, e que nos levam à reflexão", disse a presidente da Associação Latino-americana e Caribenha para o Controle das DSTs, a médica sanitarista , Adele Benzaken. "A questão da sífilis congênita é alarmante no Brasil e a incidência de clamídia entre as adolescentes também é preocupante. Estamos trabalhando para trazer contribuições científicas para o controle das DSTs, numa abordagem multiprofissional, melhorando o acesso a exames e ao tratamento. Também buscamos validar o uso do teste rápido da sífilis nas regiões de difícil acesso, albergues e entre moradores de rua e profissionais do sexo, quebrando a cadeia de transmissão. Experiências exitosas neste sentido já estão acontecendo em São Paulo e no RS, em Pelotas". A coordenadora do Departamento de Ações em Saúde da SES, Sandra Sperotto, disse que em 2006 foram notificados mais de 220 casos de sífilis congênita no RS, "e isso nos desafia a pensar que modelos de atenção precisamos. É necessário avançar e qualificar a atenção primária, dentro da lógica da atenção integral, com a resolutividade dos serviços, e que garanta acesso aos demais níveis de complexidade", concluiu.

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