Arquitetos e engenheiros da Saúde são qualificados na gestão de recursos físicos e tecnológicos
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A gestão dos recursos físicos e tecnológicos na área da saúde definitivamente entrará na ordem do dia, para os arquitetos e engenheiros do SUS, com a formatura, em dezembro, da primeira turma com esta especialização. Trinta e cinco técnicos, sendo cinco do Rio Grande do Sul, estarão concluindo o Curso de Gestão de Recursos Físicos e Tecnológicos em Saúde, no Rio de Janeiro. Os gaúchos participantes integram os quadros da SES/RS (3), Hospital de Pronto Socorro e Grupo Hospitalar Conceição, ambos de Porto Alegre. Em julho de 2007 terá início nova turma, com tutoramento à distância, por esses 35 pioneiros, prevendo-se a capacitação de 600 alunos, vinculados às secretarias municipais e estaduais de Saúde.
Antes disso, porém, e complementando a iniciativa do Ministério da Saúde de capacitar recursos humanos, já no próximo dia 26 de outubro, Luiza Pessoa, arquiteta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o médico sanitarista Max André dos Santos, coordenador do curso, estarão reunidos em Porto Alegre com os secretários de Saúde dos 24 municípios que compõem a 1ª Coordenadoria Regional da Secretaria Estadual da Saúde, para que sejam debatidos os problemas enfrentados nesse âmbito e sugeridas soluções. O encontro está marcado para a sala de reuniões situada no 5º andar do Centro Administrativo do Estado. O propósito é realizar reuniões similares em todas as Coordenadorias Regionais da SES/RS.
DEFASAGEM - A necessidade imperiosa dessa atualização se tornou mais latente a partir da década de 1970, quando teve início um acelerado processo de expansão da rede pública de unidades de saúde, no país, especialmente aquelas voltadas à atenção primária. Uma década mais tarde, as deficiências se agravaram nos demais âmbitos, especialmente nas unidades hospitalares, em decorrência do processo de incorporação de novas tecnologias.
Apesar das recomendações da Organização Mundial da Saúde no sentido de que fossem desenvolvidos recursos humanos nas área da Arquitetura e Engenharia para fazer frente a esse desafio de gerenciar sofisticados e complexos prédios, instalações e equipamentos, não havia sido estruturado um programa de formação de quadros capazes de atender à nova demanda.
Conforme explica Marta Araújo Greceller, engenheira e coordenadora da Seção de Arquitetura e Engenharia da SES/RS, a normatização do Ministério da Saúde ainda é desconhecida, "com cada ambiente requerendo especificações que têm de ser acompanhadas pelos técnicos, em nível de postos, ambulatórios, laboratórios, hospitais e outros prédios, além dos equipamentos."
E são os equipamentos que mais provocam dor-de-cabeça, a ponto de muitos gestores preferirem trocá-los ao invés de providenciarem o conserto. "As pessoas reclamam que estão nas mãos dos fornecedores, inclusive na manutenção, e que isso traz muitas dificuldades para seu funcionamento e conseqüentes entraves ao atendimento do público", complementa a engenheira.
Com esta iniciativa, o que se pretende, explica Marta, "é qualificar profissionais para gerenciar prédios de saúde e equipamentos, tanto na aquisição quanto na manutenção. E, paralelamente, criar um sistema de informações para que a rede pública possa ser capaz de fornecer informações sobre a manutenção dos equipamentos, onde encontramos muitos problemas", conclui Marta Araújo.