Antropóloga faz palestra no I Curso de Extensão em Saúde Indígena da ESP
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A antropóloga Luciane Ouriques Ferreira, especialista em saúde mental dos índios Guarani, fará palestra nesta quarta-feira (24/9), a partir das 8h30, na sede da Escola de Saúde Pública do RS, órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), dentro da programação do I Curso de Extensão em Saúde Indígena. A promoção é do Núcleo de Educação em Saúde Indígena (NESI) da Escola e é dirigido a profissionais do setor de Saúde Mental. O evento é aberto e gratuíto. As atividades com a antropóloga se estendem até às 17h30, no Auditório da ESP, na Avenida Ipiranga nº 6311, Capital.
O RS tem uma população de cerca de 20 mil indígenas, conforme dados da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) do Ministério da Saúde. Destes, a maior parte é da tribo Kaingang, restando apenas 2 mil Guaranis nas regiões Norte e Noroeste do Estado.
Painelista
Luciane Ouriques Ferreira é doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). É responsável pela pesquisa Antropológica e Intervenção Intra-Cultural para a Redução do Uso Abusivo das Bebidas Alcoólicas realizada com 17 das 25 aldeias Mbyá-Guarani, no Rio Grande do Sul. Gerencia a área de Intervenção de Medicina Tradicional Indígena, do projeto Vigisus II, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério da Saúde, vencedora do I Prêmio ABA/da Fundação Ford Ensaios Antropológicos Edição 2008: População e Territórios Étnicos: Novos Desafios, tem inúmeros trabalhos e artigos publicados em livros e períódicos, outros apresentados em congressos e um livro publicado.
Pioneirismo em Saúde Indígena
Oficializado em dezembro de 2006, o NESI implementou, há um ano, com ineditismo no Brasil, o I Curso de Extensão em Saúde Indígena. O objetivo é sensibilizar para a cultura dos povos indígenas, numa visão do índio como protagonista nos processos de saúde, a inovação se dá também nas aulas que são ministradas por uma equipe multidisciplinar, incluindo lideranças indígenas das duas tribos. "Há pouco mais de dois meses do encerramento do curso, marcado para 26 de novembro, já podemos avaliar a validade da formação, no sentido de qualificar ainda mais os profissionais e pela proposição de trabalho integrado com várias secretarias de governo", explica Áurea Maciel, coordenadora do NESI na ESP. Ela antecipa que está quase finalizado, um projeto para ampliação da atuação do NESI, que irá abranger também, a saúde da população negra. O curso tem o apoio de professores de antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de técnicos da Funasa, entre outros.