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Vigilância em Saúde lança painel de monitoramento da covid-19 nos esgotos da Capital

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A imagem mostra dois funcionários uniformizados coletando água numa plataforma suspensa.
Coleta no Arroio Dilúvio - Foto: Manuel Loncan - FEPAM

O trabalho realizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) desde 2020, em parceria com universidades gaúchas, para o monitoramento ambiental da presença do coronavírus nas redes de esgoto recebeu este mês um painel próprio, que pode ser acessado no endereço coronavirus.rs.gov.br/painel-ambiental. O método é uma das formas de rastrear a situação e a tendência da covid-19 no Estado.

Neste primeiro momento, estão presentes as informações recolhidas na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Serraria, em Porto Alegre. Em breve serão adicionadas as coletas de outros sete municípios: Santa Rosa, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Torres, Capão da Canoa e São Leopoldo.

O painel traz as informações da carga viral do coronavírus coletadas na ETE Serraria desde o início do monitoramento, em julho de 2020. No painel, os dados estão dispostos em forma de gráfico, comparando com o número de casos confirmados, e também listados mês a mês. O dado mensal representa uma média para aquele período, uma vez que são coletadas amostras da água duas vezes por semana.

As coletas são enviadas ao laboratório do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e os resultados saem a cada 15 dias. Até o momento, os resultados eram divulgados através de um boletim, porém, a intenção com o novo painel é dar maior visibilidade ao trabalho e aos resultados encontrados, assim como trazer uma melhor visualização dos dados.

O especialista em saúde do da Divisão de Vigilância em Saúde do Cevs, André Jarenkow, explica que nos últimos meses os dados da carga viral na rede da estação de tratamento da Capital estão apresentando um nível elevado para o padrão do ano. “A curva do número de casos (em azul no gráfico) não acompanhou a curva da carga viral encontrado nos esgotos (informação em vermelho no gráfico), diferente do que vinha acontecendo até então. O fato pode indicar uma subnotificação de casos de covid-19 neste ano, uma vez que historicamente existe uma similaridade entre as duas curvas”, explica.

O painel ainda traz a informação do número de casos confirmados de covid-19 nos últimos sete dias no Rio Grande do Sul, a carga viral encontrada na última amostra e a data da última análise. Pode-se também aplicar um filtro temporal, colocando a data de início e de término para acessar os dados em determinado período.

Estão disponíveis para baixar (em formato do tipo CSV) todas as informações coletadas desde o início do monitoramento do coronavírus nos esgotos em todas as cidades que já foram retiradas amostras em algum momento.

Como é realizado o monitoramento

A covid-19 não é a única doença monitorada nos esgotos. O Cevs também realiza a vigilância da cólera e há ainda a intenção de ampliar para a poliomielite e o sarampo.

De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental, Aline Campos, “trata-se de uma vigilância moderna, com excelente custo-benefício, já que a representatividade desta análise é comunitária e permite acompanhar a tendência da doença”. O objetivo do trabalho é complementar a informação obtida através dos dados clínicos (número de casos confirmados), auxiliando o monitoramento e a tomada de decisões para prevenção e enfrentamento da doença. “Este tipo de análise também traz mais evidências quando temos menor número de pessoas procurando os testes diagnósticos, o que pode levar a incertezas sobre se realmente está ocorrendo grande circulação do vírus”, completa Aline.

São realizas duas coletas semanais de amostras de esgoto bruto em Estações de Tratamento de Esgoto de oito municípios: Porto Alegre, Capão da Canoa, Torres, Caxias do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, São Leopoldo e Passo Fundo. As amostras são encaminhadas ao Laboratório de Virologia da UFRGS onde, através de convênio realizado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). No local são realizadas as etapas de concentração viral, extração e transcrição reversa do RNA viral, para detecção e quantificação do vírus por uma metodologia denominada qRT-PCR. Os resultados são atualizados quinzenalmente e migram automaticamente para o painel.

No caso de São Leopoldo, as amostras são analisadas pelo laboratório da Feevale.

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