Secretário Osmar Terra fala das ações do Estado contra a degue na AL
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Em depoimento à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (2), o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, manifestou confiança de que a dengue não se torne uma epidemia maior no Rio Grande do Sul. Justificou como fatores positivos as diversas ações de governo, a conscientização da população, a chegada do frio e a intensa mobilização de agentes de saúde e de soldados do Exército.
Estatísticas do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, mostram que neste feriado de 1º de maio eram 51 municípios com focos do mosquito. Desses, 36 apresentam casos suspeitos notificados. O total de notificações por suspeita no Estado, mas não confirmadas, pois dependem ainda de detalhados exames laboratoriais, totaliza 409 casos. A maior parte das notificações se origina de Giruá, com 233 casos, dos quais 16 foram confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz. Além de Giruá, Erechim tem um caso confirmado de dengue autóctone.
Iniciando seu pronunciamento, Osmar Terra falou das características do mosquito Aedes Aegypti, que, se contaminado pelo vírus, passa a transmitir a doença. Destacou seus hábitos diurnos e seu potencial como disseminador de uma epidemia. "O mosquito tem um raio de ação de 300 metros e pode picar 20 pessoas, em apenas um final de tarde. Para que passe a ser vetor, é necessário que pique uma pessoa contaminada, quando contrai o vírus. Depois de alguns dias, passa a transmitir a doença a todas as pessoas que picar. A doença não é transmitida de humano para humano. Seus ovos podem permanecer centenas de dias, no seco, aguardando a umidade para a eclosão."
Em regiões quentes e de grande umidade, as epidemias explodem repentinamente. Foi o caso do Rio de Janeiro, alguns anos atrás, com 200 mil indivíduos doentes e agora mais recentemente no Mato Grosso do Sul, com 70 mil. E Paraná, com 20 mil casos confirmados.
"Por ser um inseto de difícil controle, é fundamental erradicar seus criatórios como água parada em vasos, pneus, garrafas e até copos plásticos. Até hoje, graças às medidas tomadas, a dengue não havia chegado ao território gaúcho, a não ser originada de outros estados e trazida por viajantes ou veículos. Em 1995, detectamos um foco pela primeira vez no Estado e, graças aos alertas e medidas de controle, a situação foi plenamente controlada. Em 2007, todas as medidas tomadas não foram suficientes, pois o verão se prolongou e tivemos uma estação chuvosa. Em anos anteriores, os invernos foram secos e a seca ajuda a controlar os focos."
Segundo o secretário Osmar Terra, hoje o Estado apresenta focos do mosquito em 51 dos 496 municípios, habitados por 30% da população. E é nesses 51 municípios que os trabalhos se concentram. "Onde há casos suspeitos, fazemos uma espécie de varredura de 300 metros em volta das residências das pessoas afetadas, usando larvicidas, inseticidas e nebulizadores. Todos os depósitos de água em volta são esvaziados, numa ação intersetorial de vários órgãos das três esferas. Há municípios que estão criando leis proibindo o acúmulo de lixo nos pátios, com as multas chegando a R$ 2 mil. Além disso, estamos gestionando a contratação de mais agentes com recursos da ordem de R$ 3,5 milhões do governo federal. Hoje, temos 2 mil agentes. E a população gaúcha sempre colaborou em nossas campanhas. Por isso, doenças como Hanseníase e Mal de Chagas estão sob controle. Há uma campanha permanente na mídia, mais intensificada nas regiões sob riscos."