Secretaria da Saúde investiga surto de toxoplasmose em São Marcos e reforça a importância da população consumir somente água tra
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O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), deve concluir nos próximos dias a investigação de um surto de toxoplasmose , em São Marcos, na Serra Gaúcha. A origem dos casos suspeitos da doença, popularmente conhecida como doença do gato, ainda é desconhecida e está sendo investigada por uma força-tarefa que envolve técnicos da Secretaria Estadual da Saúde, Ministério da Saúde, e do município.
A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com cistos, presentes nas fezes de gatos e outros felinos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de gado, porco e de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondii. Seu diagnóstico é feito levando em conta exames clínicos e laboratoriais de sangue.
Uma das ações realizadas na cidade pela equipe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Estado foi a coleta de água para análise. Na verificação da água fornecida pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), os resultados preliminares asseguraram a ausência do protozoário Toxoplasma gondii, responsável pela transmissão da toxoplasmose. Ainda são aguardados os resultados das análises da água de poços artesianos. Durante a investigação, os técnicos identificaram irregularidades na água de consumo humano em estabelecimentos comerciais e em residências do município que, mesmo com abastecimento disponibilizado pela Corsan, ainda utilizam água de poço artesiano.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde alerta à população para os riscos desta modalidade de consumo, pois a qualidade da água é fundamental também para assegurar a higienização e o preparo adequado dos alimentos ingeridos. A legislação indica que, na existência da rede pública de abastecimento de água potável, não devem ser utilizadas soluções alternativas (poços) para consumo humano. Estas fontes alternativas também não podem ser misturadas com a água da rede de distribuição.
De acordo com a engenheira química e coordenadora do Programa Vigilância de Água para Consumo Humano (Vigiagua/RS) ,Julce Clara da Silva, a adoção de medidas preventivas é fundamental para evitar doenças de veiculação hídrica como diarreia, hepatite infecciosa, cólera, verminoses, febre tifoide, e a própria a toxoplasmose. “Independente das causas do atual surto no município, reforçamos a importância da população consumir água tratada da rede pública, evitando o uso de águas que podem estar sujeitas à contaminação e trazer prejuízos à saúde humana”, afirma a técnica. Ela destaca que um dos maiores problemas das fontes particulares é a ausência de monitoramento da qualidade da água consumida.
Situação da água tratada no RS
O Estado possui cerca de 84% da população com acesso à água tratada. Só a Corsan atende a 321 municípios gaúchos e cerca de sete milhões de usuários. A parcela da população que utiliza água não tratada, como poços, vertentes ou fontes naturais, deve ferver a água por, pelo menos, cinco minutos ou adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% em cada litro de água, deixando em repouso por 30 minutos. O hipoclorito é fornecido pelo programa Vigiagua, e pode ser retirado gratuitamente nas Secretarias Municipais de Saúde.
A limpeza e desinfecção de poços, reservatórios e caixas de água deve ser realizada, no mínimo, uma vez por ano, sendo recomendado a cada seis meses. No caso das caixas de água, a limpeza é fundamental para a manutenção da qualidade e potabilidade da água tratada fornecida pela rede pública de abastecimento.
Ana Fumegalli - CEVS