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Secretaria da Saúde alerta que o racismo é fator de risco para suicídio entre a população negra

Problemas de saúde mental ocorrem devido a aspectos como racismo estrutural e desigualdade socioeconômica

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O racismo é um fator histórico que se apresenta como um determinante do processo saúde-doença - Foto: Freepick

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) faz um alerta sobre os riscos que o racismo estrutural e institucional traz para a saúde mental da população negra. Conforme o Boletim Epidemiológico das Lesões Autoprovocadas e do Suicídio no Rio Grande do Sul, publicado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), foram registrados 145 suicídios entre a população negra no RS em 2023. 

Pessoas negras são mais suscetíveis a problemas de saúde mental devido a aspectos como racismo estrutural e desigualdade socioeconômica. Entre as principais causas desses suicídios estão a ausência de sentimento de pertença, sentimento de inferioridade, rejeição, negligência, maus tratos e abusos, gerando um ambiente propício para o desenvolvimento de transtornos mentais, aumento da vulnerabilidade ao suicídio e outras questões de saúde mental.  

No Rio Grande do Sul, o Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS), da SES, uniu esforços junto ao Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, que lançou a campanha “Saúde Mental o Ano Inteiro”, neste mês somando-se às áreas técnicas de Política de Saúde Mental e Saúde da População Negra com foco em ações voltadas para o enfrentamento do racismo estrutural e institucional nos serviços de saúde. A SES orienta gestores e profissionais de saúde para a implementação de iniciativas voltadas à promoção da equidade no atendimento e acesso aos serviços, atenção integral e valorização dos espaços de ancestralidade e identidade da população negra. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra no Rio Grande do Rio Grande do Sul chega a mais de 2,3 milhões de pessoas. Os residentes do Estado autodeclarados pretos ou pardos equivalem a 21% da população em geral distribuídos por todas as regiões. Entre as principais ações, se destaca o Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde (PIAPS), que repassa recursos aos municípios para qualificar a atenção em saúde da população negra e das comunidades remanescentes de quilombos.  

Para o enfrentamento ao racismo como fator de risco, também é importante que os profissionais de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS), realizem o atendimento às pessoas negras considerando o racismo com um fator histórico, que se apresenta como um determinante do processo saúde-doença.    

Orientações para profissionais de saúde: 

- Ter uma escuta ativa e empatia durante o atendimento  

- Respeitar a identidade e a cultura  

- Fazer permanente reflexão sobre a luta contra o racismo no cuidado à saúde mental 

- Fazer coleta e análise de dados por raça/cor/etnia no atendimento/cuidado à na saúde mental  

  Orientações para gestores de políticas públicas e estratégias de saúde: 

 - Definir políticas públicas de saúde mental que levem em consideração as necessidades específicas de cada população, com programas de prevenção, atendimento e apoio focados nas populações negras e indígenas.  

- Monitoramento e avaliação constante das ações, criando mecanismos para que usuários e profissionais de saúde possam relatar discriminação racial, com respostas eficazes e responsabilização.   

- Avaliar regularmente o impacto das ações contra o racismo, medindo melhorias na qualidade do atendimento e na saúde mental das populações vulnerabilizadas 

 

 

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