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Saúde reforça testagem e informações sobre cuidados para enfrentar a leptospirose

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Saúde reforçou cuidados após as enchentes - Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

“Mexeu na lama, andou na água da enchente e teve sintomas de leptospirose? Procure um atendimento de saúde, pois tem tratamento e temos medicações suficientes. O tratamento não pode esperar, não fique em casa achando que vai passar, pois isso pode se transformar numa doença grave”. O recado de alerta e orientação à população gaúcha é da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, gravado em vídeo para as redes sociais do Governo do Estado e da Secretaria da Saúde.

Desde o começo da enchente, orientações públicas de cuidado e prevenção à leptospirose vem sendo disponibilizadas pela secretaria. Ainda em 2 de maio, a SES publicou a primeira versão do Comunicado de Risco - Leptospirose e Acidentes com Animais Peçonhentos com reforço e atenção aos sintomas e indicações de coletas para análise laboratorial. A secretaria também disponibilizou aos gestores e profissionais de saúde o Guia de consulta rápida para orientações para a vigilância, onde há informações como manifestações clínicas, diagnósticos e condutas frente aos casos suspeitos de leptospirose (e tétano, hepatite A, raiva, acidente com animais peçonhentos e doenças diarreicas, que são outros agravos potencializados em situações de alagamentos). Ainda no início de maio, foi lançada uma versão atualizada e revisada do Guia Básico para riscos e cuidados com a saúde após enchentes, que traz informações tanto para a população em geral quanto para profissionais da área da saúde sobre doenças e suas medidas de prevenção, limpeza e higienização de casas, pátios, roupas e alimentos.

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, explica que o Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) opera de forma integral e dispõe de dois métodos para diagnóstico de leptospirose: o de biologia molecular (RT-PCR) e diagnóstico sorológico. “Estamos nos organizando junto aos municípios para qualificar o fluxo das amostras captadas pela rede assistencial, o Lacen está processando essas amostras e a nossa tarefa é reduzir o tempo de resposta”, explica.

A diretora reforça que o tratamento deve ser iniciado de forma imediata nos sintomas clínicos da leptospirose para as pessoas que tiveram contato com água ou lama da enchente, não dependendo da confirmação laboratorial. “Os exames laboratoriais são muito importantes para que se conheça o real cenário epidemiológico do agravo relacionado a esse evento e consiga monitorar o avanço da doença para formularmos políticas de saúde. Mas reforça que o começo do tratamento deve ser feito quando há sintomas e relato de contato com água da enchente”, reforça Tani.

Outra ação desenvolvida pela SES foi a criação de um informe epidemiológico com os casos notificados, confirmados, descartados e em investigação de leptospirose. O boletim é publicado diariamente em saude.rs.gov.br/leptospirose. Na atualização mais recente, de 26 de maio, são 1.380 casos notificados, sendo 124 confirmados; 542 descartados e 714 em investigação. O Rio Grande do Sul também tem quatro óbitos por leptospirose confirmados e dez em investigação.

Leptospirose e sintomas

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de também por meio de mucosas. O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.

Ao apresentar sintomas, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Não é necessário aguardar o diagnóstico laboratorial para o início do tratamento.

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