Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Saúde

Início do conteúdo

Priorizar o aleitamento de forma sustentável é tema de Seminário Estadual da Amamentação

O evento discutiu ações estratégicas para promover nutrição “padrão ouro” do leite materno nos primeiros meses de vida

Publicação:

Auditório do MPRS está lotado de pessoas sentadas. As poltronas estão dispostas do lado esquerdo da imagem. Em frente está a moderadora da palestra, uma mulher branca, de cabelos loiros na altura dos ombros. Ela está sentada e veste uma blusa branca. Atrás dela está um telão onde a imagem da palestrante está projetada. O auditório é majoritariamente composto por madeira em tom âmbar/alaranjado. As poltronas são na cor preta.
De forma remota, a palestrante do Ministério da Saúde destacou pontos fortes da Rede Alyne na redução da mortalidade neonatal. - Foto: Mariana Ribeiro/SES

Em alusão à Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada dentro do chamado Agosto Dourado, a Secretaria da Saúde (SES) realizou conjuntamente, nesta quarta-feira (6/8), o 17º Seminário Estadual da Semana Mundial da Amamentação e o 12º Seminário Estadual da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Este ano, a campanha tem como tema:Priorizar o aleitamento – Criar sistemas de apoio sustentáveis”, buscando dar visibilidade para situações desafiadoras como as enchentes que atingiram o RS em 2024 

A diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES, Marilise Fraga, representando a secretária Arita Bergmann, compôs a mesa de abertura do evento e falou sobre a relevância da intersetorialidade das políticas públicas para aumentar os índices de amamentação. “É muito pertinente trabalhar esse tema em parceria com a Secretaria de Saúde de Porto Alegre e os movimentos sociais, acolhendo colegas de todo o Estado. É importante podermos estar em todos os espaços falando sobre a amamentação, debatendo as dificuldades e dividindo as experiências”, disse. 

A primeira palestra do dia, ministrada pela coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde (MS), Sônia Venâncio, abordou a Saúde da Criança com enfoque nas Políticas Públicas de Aleitamento Materno e na Rede Alyne. Por teleconferência, ela explicou que a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) está dividida em sete eixos. No primeiro deles, encontra-se a Rede Alyne, estratégia instituída pela Portaria 5.350/2024 do governo federal como uma reestruturação da antiga Rede Cegonha.  

Considerando o aleitamento materno como padrão ouro da nutrição nos primeiros meses de vida, a Rede Alyne tem como objetivo traçar estratégias para a qualificação do cuidado neonatal com ações norteadas pela Pnaisc e que visam a redução da mortalidade neonatal em diferentes abordagens: 

  • Ampliação do custeio de leitos neonatais; 

  • Incentivo de R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais para os bancos de leite humano; 

  • Incentivo para implantação de ambulatórios de seguimento (para acompanhar egressos das unidades neonatais); 

  • Qualificação dos complexos reguladores do Sistema Único de Saúde (SUS) com financiamento de equipes qualificadas, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. 

Sônia Venâncio explicou que todas as ações descritas pelos eixos estratégicos da política nacional se concretizam nos territórios, na articulação entre MS, secretarias de saúde estaduais e municipais. “Essa capilaridade para alcançar todas as famílias e crianças só existe se trabalharmos em conjunto”, frisou. 

A manhã seguiu com a palestra: “Amamentação baseada em evidências ou experiências?. A médica pediatra Flávia Schaidhauer defendeu a necessidade de fortalecer o SUS como mecanismo para diminuir o acesso desigual ao suporte à amamentação.  

Flávia também citou exemplos de situações desafiadoras como as enchentes de 2024 e outras experiências traumáticas individuais ou coletivas que podem impactar na produção de leite. “O raciocínio clínico precisa levar em conta a integração de saberes dos povos indígenas, quilombolas e aspectos culturais. A evidência científica não se sobrepõe à experiência”, defendeu, ao sugerir a proposta de modelo integrado de cuidado. 

A programação se estendeu com a apresentação de estudos de caso, a exibição de vídeo do MS sobre doação de leite, a discussão sobre o papel do ambiente familiar no cuidado à saúde em face do sistema alimentar e da alimentação, os relatos sobre a experiência de municípios do RS nos primeiros mil dias de vida e a palestra sobre a atuação da Rede Bem Cuidar na qualificação e no fortalecimento dos serviços de atenção primária à saúde no Estado. 

Os seminários foram realizados pela SES, com apoio do Conselho Regional de Nutrição (CRN-2), da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e do Ministério Público do Rio Grande do Sul. 

Por Mariana Ribeiro/SES
Secretaria da Saúde