Desde 13 de março de 2008, Montenegro é um dos 50 municípios que participam do Programa de Prevenção da Violência (PPV), criado pelo Governo do Estado em 2007. De lá para cá, algumas conquistas já podem ser comemoradas, como a redução em alguns índices de criminalidade, ampliação de atendimento a dependentes e a construção de um ginásio de esportes no bairro que recebe o projeto.

O presidente local do PPV, Comissário de Polícia Amorete Francisco da Silva Tavares, exalta a redução dos índices de ocorrências na região onde o Programa foi implantado. "Ali nos bairros Mutirão, Senai e Esperança diminuiu muito a incidência de crimes", relata. Segundo ele, vários aspectos colaboram para este sucesso. "Nossa parceria com o Movimento Montenegro Contra o Crack (MCC) e a Escola Aberta, que leva atividades aos finais de semana à Escola Ivo Bühler, são pontos a se destacar", afirma o policial. Tavares ressalta que o MCC, por ser baseado nos eixos Educação, Saúde e Segurança, foi o grande aliado na implantação do PPV. "As ações que foram desencadeadas a partir do Movimento nos deram as condições de implementar o projeto", explica.

Segundo ele, o bom andamento do PPV em Montenegro foi o motivo da escolha do Governo Estadual em construir um Ginásio Poliesportivo no bairro. "Além disso, teremos também a construção de um posto de saúde no bairro Mutirão, outro local de extrema necessidade", aponta. Outro avanço, de acordo com o comissário, é a ampliação do atendimento do CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), destinado ao tratamento de dependentes químicos. "De nada adiantaria toda a campanha, a repressão ao tráfico, se não déssemos atenção ao doente. Com a contratação de mais profissionais, já autorizada pela Câmara Municipal, teremos condições de atender mais pacientes", explica. "Muitas vezes recebo, aqui na delegacia, pessoas desesperadas, que sofrem com o problema das drogas, pedindo ajuda. Às vezes são os familiares, mas outras são os próprios dependentes que buscam auxílio", relata. "Isto é a confiança que a comunidade deposita em nós", define. Tavares ressalta o empenho dos envolvidos no PPV de Montenegro. "Todos trabalham diretamente com o problema. Por exemplo, a nossa vice-presidente, Iara Goercke, é enfermeira do CAPS, e conhece bem de perto a situação das drogas", avalia. O policial entende que a luta é árdua. "Mas não podemos parar. Temos que lutar em todas as frentes possíveis. Combater, por exemplo, o consumo de álcool, pois o álcool é a porta de todas as drogas", ensina.

O projeto do PPV beneficia bairros carentes das cidades contempladas, por apresentarem altos índices de violência, e busca integrar jovens das comunidades em projetos sócio-educativos e culturais, através da prática de esportes, aliada às melhorias das estruturas de lazer, saúde e segurança. Através dessa política pública, com gestão integrada e articulada, principalmente com os municípios, e ainda focalizada nas comunidades de maior risco, o Estado pretende contribuir para a redução dos índices de violência.