Representantes da Mobilização de Mulheres Indígenas Kaingang GT Guarita pela Vida: “Meu Corpo, Meu Território” foram entrevistadas, nesta sexta-feira (21/02), para o conteúdo em vídeo do curso EAD "Proteção Integral e Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes: Estratégias para a Implementação da Lei nº 13.431/2017", da Escola de Governo. Este primeiro ciclo de entrevistas foi realizado com importantes lideranças femininas que integram o Grupo de Trabalho. O movimento  oferece acolhimento e orientação às mulheres vítimas de violência na região.   

Abordando temas essenciais para a proteção dos direitos de crianças e adolescentes em situações de violência, especialmente no contexto das comunidades indígenas, o curso terá o seu conteúdo divulgado via Plataforma Moodle da Escola de Governo do RS.   Trata-se de uma iniciativa do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (CEEVSCA/RS), coordenado pela psicóloga Rosângela Moreira, da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e pelo Comitê Estadual de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e de Proteção Social das Crianças e dos Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência, ambos vinculados à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).  

Por meio das 2ª e 15ª Coordenarias Regionais de Saúde (CRS) com sedes em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, respectivamente, a Secretaria Estadual da Saúde atua nas ações de mobilização e organização do movimento nos territórios indígenas, com apoio técnico e financeiro.    

“Estamos juntas, na defesa da vida, na defesa dos direitos, na defesa do respeito, reconhecendo que essa mobilização está fazendo a diferença no território”, afirmou a secretária da Saúde Arita Bergmann durante as gravações, que foram realizadas no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF).  

“A qualificação do serviço público é fundamental para atendermos a sociedade gaúcha da melhor forma possível. O governo Eduardo Leite aposta fortemente nesse processo de desenvolvimento dos servidores”, afirmou o secretário da SJCDH, Fabrício Peruchin. “Precisamos estar atentos e preparados para proteger nossas crianças e adolescentes que, infelizmente, vivem em situação de vulnerabilidade e estão distantes dos nossos olhos”. 

A coordenadora do CEEVSCA/RS, Rosângela Moreira, frisa que as gravações com as mulheres indígenas kaingang tiveram como objetivo “discutir as especificidades do atendimento de crianças e adolescentes indígenas vítimas de violência pela rede intersetorial, respeitando a sua cultura e costumes”. 

Ela considera que “a violência contra as mulheres kaingang não é cultural e deve ser enfrentada e prevenida com o apoio da rede externa, que se encontra fora da aldeia e esse movimento de mulheres da Terra Indígena do Guarita tem um poder transformador, de mudança social e para dar visibilidade às lutas das meninas e mulheres indígenas”.  

 Para a integrante do GT, Regina Goj Téj Emílio, o trabalho realizado na ponta é fundamental para que os devidos encaminhamentos ocorram de forma efetiva. “A iniciativa do grupo nasceu da necessidade de cuidados com mulheres e meninas vítimas de violência, com foco na violência sexual, que infelizmente acontece com frequência em nosso território. Nosso grupo vem ao encontro dessas necessidades, promovendo um trabalho de base e em rede”. 

O curso é mais uma das medidas do governo para interligar as diversas pautas que compõem o Estado. “Foi um momento de grande aprendizado, que certamente irá orientar os servidores no conhecimento da cultura indígena e no cuidado especializado no atendimento às crianças e adolescentes”, destacou a chefe da Divisão de Atenção à Criança e ao Adolescente da SJCDH, Juçara Caovilla Vendrusculo.