Os acidentes provocados pelo mergulho em locais rasos são a quarta causa de lesão medular no Brasil, conforme dados do Serviço de Reabilitação Física da Secretaria da Saúde (SES). O alerta é principalmente para os riscos durante o verão. A incidência é maior entre indivíduos de 10 a 30 anos e os traumas variam de leves a graves e irreversíveis, segundo técnicos de reabilitação da SES, vinculados à Rede de Assistência à Pessoa com Deficiência Física do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Os traumas graves levam a um quadro de tetraplegia completa, com ausência total de movimentos, ou incompleta, com alguma função nos membros superiores", explicou o fisioterapeuta da SES, Christian Pacheco Medeiros. "Mesmo sendo uma prática comum durante os dias quentes de verão, o mergulho em piscinas, rios, lagos e cachoeiras pode representar um verdadeiro perigo para a saúde, pois a água, observada superficialmente, estando clara ou não, dificulta a noção de profundidade antes do pulo", afirmou o especialista.
Ele orienta que, no caso de acidente, a vítima deve ser levada para fora da água e aguardar ajuda especializada. "A manipulação do indivíduo lesionado sem o devido conhecimento ou a imobilização adequada pode levar à piora, não é recomendado testar os movimentos do acidentado, tentar levantá-lo ou sentá-lo, pois isso pode agravar uma possível lesão medular", salientou.
Dicas para evitar acidentes
- Não mergulhar de cabeça, entrar na água em pé para se certificar sobre a profundidade
- Não mergulhar em águas turvas
- Não ingerir bebidas alcoólicas antes de mergulhar
- Não "empurrar" ou "jogar" outras pessoas para dentro da água