Live aborda recomendações para prevenção do câncer de próstata
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Em alusão ao Novembro Azul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) promoveu nesta sexta-feira (10/11) uma live sobre estratégias de promoção da saúde do homem e de prevenção ao câncer de próstata. Na atividade foram abordados elementos da nota técnica do Ministério da Saúde que recomenda o não rastreamento populacional do câncer de próstata, reafirmando uma posição adotada pelo Brasil desde de 2015 e também pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por países como Canadá, Estados Unidos e Reino Unido.
Os exames utilizados para a investigação diagnóstica do câncer de próstata são o exame de sangue PSA e o toque retal, porém recomendados mediante a suspeita de câncer de próstata, reforçando a necessidade de diagnóstico precoce. Já para o para rastreamento (exames de rotina em pessoas sem sintomas) do câncer de próstata, as orientações mais atualizadas e baseadas em evidências apontam um balanço desfavorável entre riscos e benefícios para a saúde dos homens.
“Quando falamos de não rastreamento, estamos falando de homens assintomáticos, de exames de rotina, periódicos, de todo o homem fazer os exames, essa é a estratégia que não é recomendada no câncer de próstata, pois no saldo geral, temos mais homens com algum dano do que realmente aqueles que vão ser beneficiados.”, explica Renata Maciel dos Santos, chefe da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede, do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Entre os riscos destacam-se falsos positivos, sobrediagnóstico e sobretratamento, o que pode levar a danos psicológicos, incontinência urinária e impotência sexual. Pesquisas mostram que de mil homens entre 55 e 69 anos que realizaram os exames de rotina por 13 anos, 178 poderão ter resultado alterado e descobrir, após a biópsia, que não tem câncer de próstata. A biópsia pode causar dor, sangramento e infecção.
Desses mil, cem confirmarão o câncer de próstata, sendo que 50% serão de crescimento lento que não ameaça a vida. A cada cem homens que tratam com cirurgia, 60 poderão ter impotência sexual e 20 poderão ter incontinência urinária. Cinco morrerão mesmo com o tratamento e apenas um pode ter a morte evitada.
Fatores de risco e prevenção para o câncer de próstata
Entre os principais fatores de risco para o câncer de próstata estão a idade (incidência e mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos), o histórico familiar (pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos) e a alimentação (sobrepeso e obesidade). A OMS destaca ações e mudanças de hábitos que ajudam a reduzir os fatores de risco, como controle do tabaco, prevenção ao uso do álcool, prática de atividade física, alimentação saudável, combate ao sedentarismo e à obesidade, dentre outros.
Para Isabela Machado Sampaio Costa Soares, assessora técnica da Coordenação em Saúde do Homem do Ministério da Saúde, que também participou da atividade, o reforço na atenção primária em saúde à população masculina é das orientações para os gestores na prevenção ao câncer de próstata. No Brasil, os homens representam apenas 33% dos atendimentos na atenção primária, dado levemente inferior ao registrado no Rio Grande do Sul, de 35%.
Exames
No exame de toque retal, o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata. Já o PSA é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata, o Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.
Leia aqui a Nota Técnica nº 9/2023-COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS na íntegra.