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Lacen/RS comemora 122 anos unindo história, saúde, ciência e inovação

Ao longo do tempo o local atualizou metodologias e investiu em modernização para ampliar a qualidade dos resultados das análises

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Lacen/RS comemora 122 anos - Foto: Divulgação/SES-RS

O Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) completa 122 anos nesta quarta-feira (31/07). Na época denominado Laboratório de Análises do Estado, foi criado em 31 de julho de 1902, através do de decreto assinado pelo então presidente do Estado (equivalente ao cargo de governador hoje) Borges de Medeiros. Ao longo do tempo, o Lacen/RS atualizou metodologias e investiu em modernização para ampliar a qualidade dos resultados das análises laboratoriais. O local foi uma das referências em vigilância em momentos marcantes da saúde pública no Estado, como as pandemias de H1N1 em 2009, de coronavírus a partir de 2020 e nos reflexos das enchentes de Porto Alegre em 1941 e deste ano.

Vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Lacen/RS é referência em ações de vigilância do Sistema Único de Saúde (SUS), atuando como componente laboratorial e produzindo conhecimentos para ações de promoção, proteção e assistência à saúde da população. O laboratório se destaca nas análises de vigilância da qualidade da água para consumo humano, alimentos, medicamentos e produtos sanitários de uso doméstico. Só em 2023, por exemplo, foram realizadas 22.507 análises de água.

“O Lacen/RS é um órgão com múltiplas mudanças no decorrer de sua jornada, sempre determinado a cumprir com sua missão de atender com excelência a população do Estado, acompanhar a evolução tecnológica e fazer parte da comunidade científica com a produção de artigos científicos publicados em revistas de referência e grande circulação no meio científico”, ressalta a chefe do Lacen/RS, Loeci Natalina Timm. Nos últimos anos, atendeu demandas com forte impacto na saúde pública, como a análise e monitoramento de casos de covid-19, influenza e dengue, além de outros diagnósticos de doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitos de interesse da saúde.

Atualmente, o quadro de servidores é composto por 110 profissionais de saúde que atuam no nível central, em Porto Alegre, além de 32 servidores que atuam nos laboratórios regionais e dez servidores nos laboratórios de fronteira, que são vinculados aos municípios onde desenvolvem atividades. No total, são 14 Laboratórios Regionais situados em Pelotas, Santa Maria, Caxias do Sul, Passo Fundo, Bagé, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Alegrete, Erechim, Santo Ângelo, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Ijuí e Osório e três Laboratórios de Fronteira situados em Uruguaiana, Santana do Livramento e São Borja.

Histórico

O primeiro Laboratório de Análises do Estado, criado em 1902, funcionou inicialmente junto à Praça da Matriz, esquina com Jerônimo Coelho, no centro de Porto Alegre. O prédio ainda está conservado, abrigando hoje o Memorial do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Em 1938, foi criado o regulamento do Departamento Estadual de Saúde (DES) e o então Laboratório do Estado, a partir deste novo regulamento, passa a fazer parte do DES, sendo constituído pelas seções de Microbiologia e Química com os serviços de diagnóstico e pesquisa, anatomia em patologia e parasitologia, soros, vacinas, controle de águas e esgotos, leites, laticínios e bromatologia em geral.

Em 1941, o Laboratório de Microbiologia desenvolveu vários métodos para pesquisa da bactéria causadora da leptospirose, a partir da enchente que atingiu o Estado naquele ano. Em 1943, o mesmo laboratório desenvolveu as primeiras doses de penicilina no Rio Grande do Sul.

Em 1948, foi criado o Instituto de Pesquisas Biológicas (IBP), título pelo qual o Lacen/RS passou a ser denominado. Em 1957 o IPB entra na história como o primeiro laboratório a isolar o vírus da gripe asiática no Brasil. A epidemia se propagou no Estado através da fronteira com Argentina por Uruguaiana e já contabilizava na época muitos casos no país vizinho. Em 1972, foi acionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1972 para produzir vacinas em grande escala para conter a disseminação da varíola.

Na década de 1980, o IPB passou por transformações e modificou seu perfil técnico, passando a realizar análises de maior complexidade, coincidindo com a epidemia da Aids. Nos anos 90, os Laboratórios Regionais passaram a colaborar na execução do teste da Aids, reduzindo assim o número de amostras no IPB.

Em 1994, é criada a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), que abrigou diferentes serviços em saúde, e o IPB passa a utilizar a denominação de Instituto de Pesquisas Biológicas Jandyr Maya Faillace - Laboratório Central do Rio Grande do Sul (IPB/Lecen-RS), compondo o sistema de Laboratórios Centrais de todos Estados.

O Lacen/RS muda de endereço em 2002 para a sede na Avenida Ipiranga 5.400, vindo da antiga sede do IPB no bairro Santana (na Domingos Crescêncio, 132), ocupada pelo instituto desde 1960. Com a extinção da FEPPS em 2017, o Lacen/RS passa a integrar o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) utilizando a denominação atual.

Ampliação de atividades

A partir de 2020, com a pandemia de covid-19, o Lacen/RS tem renovado equipamentos e garantindo a evolução técnica do laboratório. Com aportes financeiros do Governo do Estado e do Governo Federal, tem ofertado um dos mais modernos diagnósticos para a população e para a Vigilância em Saúde.

Durante a pandemia do coronavírus, a produção de exames chegou aproximadamente 1,7 milhão de testes realizados no local. “O equipamento para sequenciar genomas foi o maior legado que tivemos na pandemia e tem contribuído muito para a vigilância tomar decisões e propor estratégias preventivas para novos enfrentamentos”, explica Loeci Natalina Timm.

Após os eventos climáticos que atingiram o Estado em maio, o laboratório tem se dedicado às demandas provenientes da enchente. Neste contexto, assim como em 1941, novas metodologias foram implantadas para atender o grande número de casos suspeitos de leptospirose.

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