Curso qualifica equipes em Caxias do Sul para doações de órgãos
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Qualificar as equipes que trabalham nos hospitais para oferecer melhor acolhimento às famílias de potenciais doadores em um momento de luto, mas também ampliar o conhecimento dos profissionais sobre o processo de doação é o objetivo do curso “Comunicação de más notícias”, realizado pela Secretaria da Saúde, através da Central de Transplantes, em Caxias do Sul nesta quinta-feira (8), no Tri Hotel, em Caxias do Sul.
Profissionais da Serra indicados por Organizações de Procura de Órgãos (OPO), que atuam nas captações, receberam orientações sobre como lidar com as reações de luto e se comunicar com a família de forma empática, entre outros tópicos.
O curso, já aplicado em Porto Alegre, Bento Gonçalves, Pelotas e Passo Fundo, se inspira no modelo da Espanha, que lidera a taxa de doações de órgãos no mundo, com 40 doadores por milhão de habitantes – no Brasil, são 15 – devido à abordagem dos profissionais às famílias de potenciais doadores e ao processo geral de doação.
“É um curso de extrema importância, já que os cursos que fizemos estavam defasados em função da pandemia e as Cidohtts que tínhamos formadas se desfizeram”, disse a enfermeira Ana Paula Concatto, da OPO3 do Hospital Pompéia, no município. “Este curso vem para somar e contemplar muitos quesitos no que diz respeito aos protocolos de morte cerebral”.
Também participante, Gianna Tronco, médica residente em terapia intensiva do Hospital Pompéia, ressaltou a importância das orientações para tornar o processo de doação mais tolerável para as famílias dos doadores. “Para poder se colocar no lugar deles, não tratar como números ou clientes. São pessoas, amores da vida, pai, irmão, filho de alguém”.
Leandro Casiraghi, biólogo do Banco de Olhos do hospital, ressaltou a reciclagem que os profissionais passam para o acolhimento das famílias. “É uma verdadeira reciclagem, que vai proporcionar que a gente aprimore nossos conhecimentos, nossas práticas, que são importantes para poder criar um clima e uma percepção melhores para conversar com as famílias”.
Já James Cassiano, servidor da SES, levou ao evento com um relato pessoal. Ele foi o primeiro transplantado cardíaco do Rio Grande do Sul em 2020.
Nesta sexta (9), a atividade será voltada para os integrantes das Comissões Intra-Hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdotts), abordando questões mais práticas do processo de doação, como a logística para se transportar um órgão, como é uma cirurgia de retirada, a busca por eventuais doadores e a documentação necessária para as famílias.