Comitê Gestor realiza primeira reunião sobre Plano Estadual de Cuidado Integral em Demência
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Instituído pela Portaria SES 868/2023, o Comitê Gestor criado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) especialmente tratar da assistência a pessoas com demência dentro do planejamento estadual se reuniu pela primeira vez com todos os integrantes nesta quinta-feira (30/11). Com o objetivo de formular estratégias pioneiras no Rio Grande do Sul, o grupo terá reuniões periódicas a partir do próximo ano para definir o Plano Estadual de Cuidado Integral em Demência.
Na presença da secretária estadual adjunta da Saúde, Ana Costa, a reunião iniciou buscando alinhar especialidades como enfermagem, fonoaudiologia, medicina, farmácia, assistência social e psicologia. “Estamos aqui numa missão, na qual temos muitas pessoas juntas por uma causa que envolve o sistema de saúde, a formação de profissionais, a gestão pública, pacientes e famílias que enfrentam o Alzheimer. Teremos a oportunidade de construir um plano do qual o estado do Rio Grande do Sul possa se orgulhar”, afirmou a secretária.
Com estatísticas que apontam o aumento da população idosa no Estado, a criação do comitê se baseia na alta demanda por ações efetivas de enfrentamento à doença de Alzheimer e outras demências. “Tratar a demência como prioridade é um exemplo de saúde pública para o estado”, pontuou o geriatra que auxiliou a construção da portaria, Leandro Minozzo. “Ainda existe muita dificuldade em escutar as pessoas com demência”, concluiu o médico.
Apresentados pela gerontóloga e representante da Saúde da Pessoa Idosa da SES, Thaíssa Bessa, os números estimam que o Rio Grande do Sul tem entre 125 e 150 mil pessoas com algum tipo de demência, sendo que a maioria tem os custos arcados pelas famílias. Também é verificado o aumento da judicialização por institucionalização das pessoas idosas nos últimos anos e que a falta de diagnóstico preciso ainda é um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o debate do grupo intersetorial, que conta com representantes de cerca de 30 entidades voltadas ao envelhecimento, a demência em si é somente a ponta do iceberg. É preciso olhar para aumento de expectativa de vida, qualidade de vida, envelhecimento saudável, acesso a atividades coletivas, sociabilidade entre outros fatores determinantes para o desenvolvimento e progressão de doenças degenerativas, como o Alzheimer e a possível demência como consequência.
A coordenadora da Seção de Ciclos de Vida do Departamento de Atenção Primária e Políticas Públicas da SES, Gisleine Silva, classificou o momento como histórico. “Estamos olhando para uma necessidade inegável e para qual devemos uma resposta enquanto saúde pública”, declarou durante o encontro.
Formado por associações de familiares e cuidadores, universidades, espaços de controle social e secretarias do Estado, o comitê chegou ao primeiro ponto de consenso que é trabalhar a prevenção como pilar central em todos os eixos temáticos que serão definidos no plano estadual. O objetivo é ter metas estabelecidas e a elaboração do Plano Estadual ainda em 2024, com a execução das ações dos eixos pré-definidos até 2025 e implementação da política em 2026. A próxima reunião está prevista para fevereiro do próximo ano.