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CIT relembra os cuidados para evitar a intoxicação de crianças

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O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS), departamento técnico da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), registrou, durante o ano passado, um total de mais 5,6 mil casos de intoxicação de crianças até 5 anos de idade. Os três agentes campeões de registros são os medicamentos, saneantes (produtos de limpeza doméstica) e inseticidas. "O que mais impressiona é que a maioria poderia ser evitada por ações simples, realizadas pelos pais ou responsáveis dentro de casa. A educação sobre o uso de medicamentos, por exemplo, deve começar desde cedo", salienta a médica toxicologista do CIT/RS Maria Salete de Medeiros.

 

Em 2005, ocorreram 2.413 registros de intoxicação por medicamentos em menores de 6 anos. Os analgésicos e antitérmicos são os de maior incidência - no total, foram registrados 230 casos. Com paracetamol foram 144, dipirona, 51, e ácido acetilsalicílico, 35. Antialérgicos e antiasmáticos também são responsáveis por grande número de casos, assim como os anticoncepcionais, usualmente da própria mãe, que ficam ao alcance da criança. O pico de casos com medicamentos é registrado de 1 a 4 anos de idade. "Entre 1 e 2 anos, as crianças estão na fase oral, quando tudo o que vêem e podem tocar colocam na boca. Por isso, o mais importante é impedir o contato com substâncias tóxicas ou produtos que não podem ser ingeridos", explica Salete.

 

LIMPEZA — Com relação aos produtos de limpeza domiciliar, foram registrados 809 casos de intoxicação infantil, envolvendo alvejantes, água sanitária, detergente, sabão em pó, desinfetantes e amaciantes de roupas. Outro fator preocupante é a venda clandestina desses produtos, reembalados em garrafas Pet, vendidos na rua. "Imagine como um líqüido colorido dentro de uma garrafa de refrigerante deve ser atrativo para uma criança pequena", aponta a médica. Estes itens irregulares não possuem registro, muitas vezes nem rótulo, o que dificulta a identificação do tratamento em caso de acidente. Salete destaca que a reutilização de embalagens é também responsável por intoxicações. Por isso, alerta: "as pessoas jamais devem fazer misturas caseiras e muito menos trocar os produtos de embalagem".

 

Os venenos utilizados ou armazenados em casa, como inseticidas de uso doméstico, repelentes de insetos e agrotóxicos (uso agrícola), também são responsáveis por muitos acidentes. "Estes casos são de alta periculosidade, especialmente esse tipo de agrotóxicos, com maior toxicidade do que os domésticos. Uma pequena quantidade pode ser gravíssima para uma criança tão pequena", salienta Salete. Durante o ano passado, foram registrados 407 intoxicações infantis por inseticidas domiciliares, 246 por raticidas e 100 por agrotóxicos.

 

PERIGOS EM CASA — A toxicologista ressalta que cosméticos e produtos de higiene pessoal - cremes, loções, xampus, desodorantes, cremes dentais, flúor odontológico - também precisam ser corretamente armazenados. Em 2005, 178 crianças menores de 6 anos foram intoxicadas por esta classe de produto. "Neste ponto a educação da criançada é muito importante, porque eles também utilizam estes artigos. É papel dos pais instruir sobre o uso correto." Segundo ela, o que mais me preocupa são onduladores, alisadores e tinturas para cabelo, que contém químicos muito fortes e podem provocar sérias lesões, mesmo em pouca quantidade.

 

Outros produtos químicos disponíveis no lar representam um perigo invisível dentro de casa: tintas, vernizes, colas, solventes, pilhas, etc. A principal medida para evitar intoxicações é a prevenção. "É essencial manter medicamentos, materiais de limpeza, inseticidas e produtos químicos em geral longe do alcance das crianças, de preferência em armários chaveados. Educá-las para que utilizem corretamente os produtos é elementar para evitar os acidentes, assim como a atenção dos pais e cuidadores (babas, creches, avós)", lembra Salete. Ela destaca que o perigo não está só na cozinha ou na área de serviço, mas em todas os locais da casa, do banheiro e da sala ao jardim. "É preciso ter muita atenção, ainda mais onde as crianças brincam. Já ocorreram casos em creches, quando muitas crianças foram intoxicadas porque brincaram com plantas tóxicas."

 

Em caso de acidentes com medicamentos ou qualquer outro produto, a pessoa deve ligar imediatamente para o CIT/RS para avaliação imediata, indicação dos primeiros socorros e, se necessário, encaminhamento ao médico ou serviço de saúde. "Não é recomendado adotar medidas caseiras ou estimular o vômito, o que pode causar complicações, especialmente em crianças", alerta. O telefone de emergência, 24 horas por dia, do Centro de Informação Toxicológica do RS é 0800-780200. Entre outras informações úteis, está disponível no site do CIT, no link "Envenenamento Doméstico/Verifique sua casa", um esquema apontando quais os produtos presentes em cada parte da residência e qual a periculosidade de cada um deles.

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