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Caso autóctone de chikungunya é confirmado em Santiago

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Imagem do mosquito Aedes aegypti em close
É o primeiro caso da doença registrado no RS desde 2016. - Foto: Divulgação/SES

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou um caso de chikungunya contraído no RS. Trata-se de uma moradora do município de Santiago que não possui histórico recente de viagem para fora do Estado. É o primeiro registro autóctone da doença no Rio Grande do Sul desde 2016. Ações por parte da Secretaria Municipal de Saúde e da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde já foram tomadas para buscar possíveis focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Santiago é um dos 280 municípios gaúchos considerados infestados pelo vetor, que também é o responsável por transmitir a dengue e o zika vírus.

Além do caso confirmado, outros 10 suspeitos entre moradores da cidade estão sendo investigados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). O caso em questão também chegou a ser examinado para outras doenças, como leptospirose, parvovírus e toxoplasmose, todos com resultado negativo. A moradora não chegou a ser hospitalizada.

Em 2018, já haviam sido confirmados outros dois casos de chikungunya no RS, em residentes de Rio Grande e Gramado, só que em pessoas que tiveram histórico de viagem para outros Estados e, assim, são considerados importados. No país, são mais de 15 mil casos confirmados no ano, com maior concentração nos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Ceará.

Em 2016, foi feito o último registro de chikungunya de forma autóctone no RS. Já os casos importados são confirmados no Estado desde 2014.


Ações da vigilância

A partir da confirmação do caso, o município já organizou o monitoramento de áreas próximas ao local de trabalho e residência em busca de locais com água parada, onde o mosquito pode se reproduzir. Além disso, nessa semana, uma equipe da vigilância epidemiológica da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde irá a Santiago para pesquisar prontuários médicos nas Unidades Básicas de Saúde e pronto atendimento em busca de outras pessoas que podem ter procurado atendimento com sintomas semelhantes.


O que é Chikungunya?
É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.

Quais são os sinais e sintomas?
Febre acima de 38,5 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas.

Após a picada do mosquito, em quantos dias ocorre o início dos sintomas?
De dois a dez dias, podendo chegar a 12 dias. Esse é o chamado período de incubação.

Quais exames confirmam o diagnóstico de chikungunya?
São três os tipos de testes mais utilizados para diagnosticar a doença: sorologia, PCR em tempo real (RT?PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Em situações de epidemia a maioria dos casos serão confirmados por critério clínico.

Como o vírus é transmitido?
O vírus é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus. Também existe transmissão de mãe para filho no momento do parto e por transfusão sanguínea.

Existem grupos de maior risco?
O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas podem ser mais graves em recém nascidos de mães virêmicas próximo ao parto, e idosos. Pessoas com doenças crônicas podem ter a doença de base descompensada.

Como é feito o tratamento?
Procurar a unidade de saúde mais próxima, imediatamente. A automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente. Somente um médico pode receitar medicamentos.

Até o momento não existe um tratamento específico para chikungunya, a terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso.

Importante observar as recomendações abaixo:

Não utilizar AINH (Anti-inflamatório não hormonal) na fase aguada, pelo risco de complicações associados as formas graves de chikungunya (hemorragia e insuficiência renal).
Não utilizar corticoide na fase de aguda da viremia, devido ao risco de complicações.
Não é recomendado usar o ácido acetilsalicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
Em quanto tempo o paciente se recupera?
Em geral, em dez dias após o início dos sintomas. No entanto, em alguns casos as dores nas articulações podem persistir por meses. Nesses casos, o paciente deve voltar à unidade de saúde para avaliação médica.

Como evitar?
O mais importante é evitar os criadouros dos mosquitos que podem transmitir a doença. Isso previne não só a transmissão de chikungunya, como também de dengue e Zika.

Quais os estados que possuem transmissão confirmada de chikungunya?
A partir de 2016 foi documentada transmissão autóctone em todos os estados do país, no entanto, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul os casos registrados são esporádicos.

 

Critérios para classificação como infestado

Os municípios, quando não infestados, realizam a vigilância da dengue através de armadilhas espalhadas pela cidade e vistorias em locais estratégicos, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. Nesses locais são coletadas amostras de larvas em água parada que são analisadas nos laboratórios de entomologia.

Para ser considerado infestado, o município precisa de um mínimo de três confirmações de larvas do inseto em sequência. Após a identificação nas armadilhas ou pontos estratégicos, é feita uma varredura num raio de 300 metros. Caso nessa área seja encontrada mais uma larva do Aedes aegypti, é realizada uma segunda investigação num novo raio de 300 metros a partir desse segundo ponto. Quando há, então, mais um foco encontrado, a cidade passa a ser considerada infestada e fica nesta lista até completar 12 meses sem novos registros. Após ser classificado assim, o município passa a tomar ações de vigilância mais detalhadas, com o monitoramento ocorrendo de casa em casa. Além disso, as secretarias municipais devem passar a contar com, ao menos, um agente de campo para cada mil residências.

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