Capacitação em assistência à dengue conta com participação de especialista em medicina tropical
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Entre as ações de enfrentamento à dengue no Rio Grande do Sul, que se encontra em alerta máximo devido ao número de casos e de óbitos registrados em 2022, a Secretaria da Saúde (SES/RS) promoveu, nesta sexta-feira (6/5), duas capacitações profissionais, com a infectologista Marília Maria dos Santos Severo, especialista em medicina tropical.
Foram duas transmissões pelo canal youtube, uma dirigida a profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS) e outra para profissionais que atuam em âmbito hospitalar. As lives ficarão disponibilizadas na internet para serem utilizadas pelos municípios durante atividades de educação permanente ou sempre que for necessário.
Ferramenta de apoio aos municípios
Outra iniciativa para o controle da dengue foi o lançamento de uma nova ferramenta para auxiliar os gestores municipais a criar estratégias a dar assistência por meio de parâmetros sobre a situação epidemiológica da dengue em cada cidade, sinalizando em qual nível de alerta, dentre três, cada município se encontra.
O nível de alerta é determinado levando em consideração os casos confirmados da doença em cada cidade e os casos em investigação das últimas quatro semanas, além da infestação ou não por Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.
Outro parâmetro apresentado na nova ferramenta é o risco de transmissão, que varia entre quatro níveis. A diferença é que este parâmetro leva em consideração o total de casos notificados naquele território, incluindo os descartados, e, a partir dele, a ferramenta faz uma projeção mensal da quantidade de insumos que o município precisa dispensar para oferecer assistência adequada aos pacientes de dengue e sugestões de ações de vigilância em saúde municipal e na atenção básica em saúde.
Os parâmetros também podem ser pesquisados por região e macrorregião de saúde.
Alerta máximo
A situação de alerta máximo se confirma a cada dia no RS, chegando hoje ao número de 15 óbitos por dengue. São 40 mil casos registrados e 16.010 autóctones, contraídos dentro do Estado, já confirmados.
Os últimos óbitos foram registrado nos municípios de Novo Hamburgo e Jabuticaba, que agora, junto com Horizontina, têm dois óbitos cada. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, a demais mortes já confirmadas ocorreram em Horizontina (2), Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Cachoeira do Sul, Lajeado, Chapada, Cristal do Sul, Igrejinha, Dois Irmãos, Boa Vista do Buricá e Jaboticaba. No ano passado, o Rio Grande do Sul registrou um total de 11 óbitos pela doença. Em 2020, foram seis.
Infestação em 89% dos municípios
Até o momento, 443 municípios gaúchos foram considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti. O percentual, de 89,2% entre os municípios gaúchos, é o maior da série histórica do monitoramento, realizado desde 2000.
Com o expressivo número de casos e a larga distribuição do mosquito pelo Rio Grande do Sul, a Secretaria da Saúde reforça junto a população as medidas de prevenção, principalmente a eliminação de locais com água parada, que servem de pontos para o desenvolvimento das larvas do mosquito. Essa proliferação acontece em maior volume nesta época do ano, que alia temperaturas altas com chuvas mais recorrentes.