Boletim traz dados sobre saúde de trabalhadores migrantes que vivem no RS
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A Secretaria Estadual da Saúde (SES), publicou, nesta semana, o Boletim de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora Migrante, de forma online, com o objetivo de informar sobre as questões essenciais relacionadas à saúde dessa população e com vistas à construção de um perfil produtivo e epidemiológico dos migrantes. Destinado a todos os profissionais de saúde, gestores, pesquisadores e a sociedade em geral, o boletim apresenta dados sobre as relações de trabalho, os processos de saúde-doença e as formas de cuidado, além de destacar o fluxo da Rede de Apoio aos Trabalhadores e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).
De acordo com o Sistema de Registro Nacional Migratório (SISMIGRA), sistema de informação vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, atualmente residem no Rio Grande do Sul 127.301 migrantes, refugiados e apátridas, o equivalente a 7,4% do total de migrantes internacionais no Brasil e representam 1,2% em relação à população geral do Estado. A maioria são de origem do Uruguai, Venezuela, Haiti, Argentina, Senegal, Colômbia, Cuba, Portugal, Chile, Alemanha, Itália e Paraguai.
O documento traz o perfil dos trabalhadores migrantes com vínculo empregatício formal, que são 22.885 pessoas, segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS, 2023). Neste patamar, acidentes de trabalho aparecem como o agravo com maior número de registros. Conforme a série histórica, em 2021 foram 330, em 2022 foram 274 e em 2023, 253 casos, demonstrando uma redução. Esses acidentes foram, na maioria, na população negra masculina trabalhando na função de alimentador de linha de produção. Em segundo lugar, na função de soldador e em terceiro, como faxineiro. Outros agravos que apresentam registros são por Lesões por Esforço Repetitivo (LER), intoxicações exógenas por agentes biológicos, violências relacionadas ao Trabalho e transtornos mentais relacionados ao trabalho.
O boletim foi elaborado pela área técnica da SES, por meio da divisão de Equidades do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) e da Saúde do Trabalhador, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Pode contribuir para a formulação e organização de linhas de cuidado mais adequadas, servindo como uma ferramenta para subsidiar a adoção de estratégias e processos de trabalho de profissionais da saúde, gestores públicos e todos os que atuam na defesa dos direitos dessa população.
“Espera-se, ainda, ampliar a conscientização sobre os desafios enfrentados por esses trabalhadores, promover a troca de conhecimentos entre os profissionais da área e fomentar o debate sobre a importância de se garantir ambientes de trabalho saudáveis e inclusivos" destacou o especialista em Saúde, Claúdio Renato Souza, da Política de Saúde da População Migrante, Refugiada, Apátrida e Vítimas do Tráfico de Pessoas da SES.
Acesse o Boletim Informativo Saúde do Trabalhador e Trabalhadora Migrante RS