Aumento da longevidade requer adequação das politicas públicas
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Os novos desafios colocados pelo aumento da longevidade, não apenas aos responsáveis pelas políticas públicas, mas também à sociedade em geral, em especial na área da saúde, foram amplamente abordados na manhã de hoje (26). Promovido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), o II Encontro Estadual da Saúde do Idoso, que segue à tarde, está proporcionando uma troca de experiências vividas pelos vários setores envolvidos diretamente com a questão. O evento ocorre no auditório do Centro Administrativo do Estado (Borges de Medeiros, 1501, térreo, em Porto Alegre).
Representando o secretário estadual de Saúde, Osmar Terra, a diretora do Departamento de Ações em Saúde, Sandra Sperotto, ressaltou a importância das parcerias para o equacionamento de situações. "Vimos num processo de conquistas do povo gaúcho em termos de longevidade. Hoje, 10% da população da maioria dos municípios gaúchos é constituída de idosos e essa nova realidade nos impõe a adequação das políticas públicas para um atendimento de qualidade a essa faixa, que tem seus direitos e seus projetos."
Sandra mencionou que nos anos 80 havia uma pirâmide tradicional, com as crianças na base e a população com mais de 60 anos no topo. "Hoje, esses dois extremos quase se equivalem e a tendência é que a pirâmide cada vez mais assuma a forma de um quadrado. Com isso, quando a pessoa contrai uma doença vai precisar de um acompanhamento sistemático por muito mais tempo. A Aids tornou-se doença crônica e vem aumentando sua incidência na população idosa, e isso requer atenção e ações específicas continuadas. A tuberculose também preocupa, já que se não for combatida até 100 dias após a primeira tosse, poderá deixar seqüelas muito sérias. E também temos outras doenças, além daquelas mais específicas dessa faixa etária, com Alzheimer, Parkinson e depressão."
Por tudo isso, dentre outras iniciativas, deverão ser criados Centros de Referência em Atenção à Saúde do Idoso, um em cada uma das sete macrorregiões.
A psicóloga Zhélide Quevedo Hunter abordou, entre outros temas, a formação de grupos de idosos e como devem ser conduzidas as questões. "Os participantes ficam com muitas dúvidas pessoais, se vale a pena integrar uma atividade dessas, se vão ganhar qualidade de vida. E temos de nos preparar para as respostas".
A representante da Fundação de Assistência Social e Cidadania, Suely Santos, comentou que o encontro era um marco, pois expressa a articulação de parcerias previstas pelo Estatuto do Idoso, como garantia para a qualidade na assistência, saúde e previdência. "A verdadeira política para o idoso só vai acontecer quando as demais políticas se efetivarem e isso requer uma aproximação das esferas municipais com o Estado."