Amanhã é dia de vacinação contra a paralisia infantil
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O Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde e Secretarias Municipais de Saúde, realizará a 2ª Etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, dirigida à população de menores de 5 anos de idade, amanhã (19 de setembro). O lançamento da Campanha será no Parque Harmonia, a partir das 9h30min, no acampamento Central. A SES, junto com os municípios, mobilizará 2.022 postos fixos de vacinação e 3.096 postos volantes, envolvendo 1.492 veículos e 13.337 pessoas no desenvolvimento da ação de vacinação. Na primeira etapa da Campanha, em junho passado o Rio Grande do Sul vacinou 689.281 crianças, (96,15%) dos menores de cinco anos de idade.
Para a segunda etapa da Campanha, a meta no Rio Grande do Sul, estimada pelo Ministério da Saúde/Programa Nacional de Imunizações, é vacinar 95 % de 716.855 crianças menores de cinco anos de idade (681.012).
A imprensa poderá ver a progressão dos dados, total e por cidade, no site http://pni.datasus.gov.br/, do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização.
Papel da Campanha
Reafirma-se a importância da homogeneidade de coberturas (95%), preconizada pela Organização Mundial da Saúde e adotada pelo Brasil, no período pós-erradicação da poliomielite no continente americano. A vacinação é indiscriminada, todas as crianças da faixa etária deverão ser vacinadas, independente de dose recebida anteriormente.
O Brasil - assim como em toda a América Latina - já foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que não há circulação do vírus da poliomielite no nosso território. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 1980.
Os Dias Nacionais de Vacinação contra a Poliomielite no Brasil tiveram início no ano de 1980. Em 1994 o Brasil obteve o certificado internacional de erradicação da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. A meta é vacinar 95% da população alvo (menores de cinco anos de idade), de forma homogênea em todos os municípios e manter a vigilância epidemiológica ativa das Paralisias Flácidas e Agudas, com o objetivo de evitar a reintrodução do poliovírus.
É necessária a manutenção da estratégia de Campanha e a criteriosa organização de cada uma das duas etapas anuais: Apoiando o processo de trabalho dos municípios, capacitando recursos humanos envolvidos, intensificando a articulação com parcerias, utilizando todos os meios que possam gerar rápida e ampla comunicação e a mobilização da sociedade.
Sobre a Doença - A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além do esquema básico - as três doses de rotina - a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. Até porque a paralisia é transmitida por três tipos de vírus.
A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é contaminada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte - por meio de uma tetraparalisia. A doença é causada e transmitida por um vírus que entra no organismo via oral.
A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atinge quem não foi devidamente imunizado. Como o vírus é muito leve, ele pode ser levado pelo ar, entrar em contato com o alimento, com os brinquedos, ou atingir a criança por via oral ou pela ingestão de água contaminada. Uma pessoa que teve a poliomielite, principalmente em um ambiente em que o saneamento básico é desfavorável, o vírus pode contaminar a água, o solo e o meio ambiente de forma geral.
No mundo - Existe um movimento mundial de erradicação da pólio. Ela é endêmica (a transmissão da doença é constante) em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
Datas importantes para a erradicação da poliomielite no Brasil
1961: Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite
1971: Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite
1977: Definição das vacinas obrigatórias aos menores de um ano em todo o território nacional e Aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações válida em todo território nacional.
1980: Início dos Dias Nacionais contra a paralisia infantil no Brasil
1984: Introdução em alguns estados da estratégia de multivacinação por meio dos Dias Nacionais de Vacinação contra a poliomielite para as crianças de 0 a 4 anos de idade.
1986: Criação do personagem-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha.
1987: Mudança na formulação da vacina oral contra a poliomielite, aumentado a concentração do poliovírus tipo 3;
1989: Ocorrência do último caso de poliomielite no Brasil.
1990: Criação na OPAS/OMS da Comissão Internacional para Certificação da Erradicação da Poliomielite nas Américas.
1994: o Brasil recebe o Certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem.