Acompanhantes terapêuticos refletem sobre suas práticas em curso
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Profissionais que atuam como acompanhantes terapêuticos reúnem-se no auditório da Escola de Saúde Pública da Secretaria Estadual da Saúde para aprimorar e refletir sobre o trabalho desenvolvido junto aos usuários moradores dos Residenciais Terapêuticos e dos Centros de Atenção Psicossocial da rede de saúde pública do Estado. O curso, que vem acontecendo desde quarta-feira (19) e finaliza o quinto e penúltimo módulo na tarde desta quinta-feira (20), teve início em outubro de 2013 e encerra em abril deste ano com seis módulos, totalizando 180 horas.
Promovido pelo Departamento de Coordenação dos Hospitais Estaduais (DCHE) da SES, por meio da Divisão de Atenção aos Usuários Moradores (DAUM), em parceria com a Escola de Saúde Pública, o curso foi elaborado pensando no trabalhador como sujeito envolvido no processo do cuidado e que participa do desenvolvimento da autonomia de pessoas com algum tipo de sofrimento psíquico no espaço aberto da cidade, resgatando projetos de vida.
O acompanhamento terapêutico é uma ferramenta clínica que ajuda a sustentar os processos de desinstitucionalização. Para pensar como se constroi esse trabalho, o curso busca promover o conhecimento além dos fundamentos base, como a concepção de acompanhamento terapêutico, a história da loucura, a história da reforma psiquiátrica, a história do SUS, e propicia, principalmente, o espaço de troca e discussão de questões demandadas do cotidiano. “Dúvidas, sofrimentos e expectativas fazem parte do currículo que valoriza a sensibilidade e a percepção daqueles trabalhadores que se dedicam a promover o cuidado e apresentar aos usuários as possibilidades que a vida oferece - porque o sujeito é mais do que a demanda de remédios e de banho”, explica a fisioterapeuta, Mestre em Educação e uma das coordenadoras do curso, Stelamaris Tinoco. “O acompanhante terapêutico precisa se apropriar desse trabalho, entender e construí-lo do seu jeito, se reinventar e inventar práticas”, completou.
Para a aluna Marcia Garcia, assistente social e acompanhante do CAPS Álcool e Drogas de Canoas, o curso é importante para se reciclar enquanto profissional. "É enriquecedor estar aqui com pessoas de outras áreas podendo reconstruir este olhar e saber o que pretendo fazer ao acompanhar o usuário, o respeito que tenho que ter com ele”.
Texto: Lia Magalhães/DCHE