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9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas

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Numa aldeia, crianças indígenas dançam em roda.
Atenção à saúde dos povos indígenas é diferenciada - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

O Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, foi criado pela Organização das Nações Unidas (Onu) para conscientizar sobre a inclusão destes povos na sociedade, alertando sobre seus direitos como saúde, própria nacionalidade, cultura, crenças, preservação de sua integridade e não remoção de seus territórios. No Brasil, a atenção à saúde destes povos é diferenciada, com mecanismos e estruturas singulares na rede de atendimento para atender a este segmento e suas especificidades.

Aqui no Estado, a função da Secretaria da Saúde (SES) é apoiar de forma complementar e qualificar a atenção básica com o objetivo de melhorar a situação de saúde destes povos, bem como apoiar propostas que visem a uma atenção diferenciada em todos os níveis de atenção à saúde. Porém, diferente do que ocorre no Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo, onde a contratação das equipes é realizada pelos municípios, a atenção primária à saúde indígena é de responsabilidade primeira da União. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, é a executora destas políticas.

“O trabalho do Estado em relação à saúde indígena é um pouco diferente do prestado ao restante da população”, explica Guilherme Müller, da Coordenação Estadual da Saúde Indígena, da Secretaria da Saúde (SES). Ele informa que grande parte deste segmento se encontra em condições de alta vulnerabilidade social e econômica. Muitos acampamentos sofrem com graves problemas como falta de saneamento básico e de água potável, fatores que impulsionam agravos como diarreias e doenças de pele, além de doenças prevalentes como diabetes, hipertensão e obesidade. “Tuberculose é encontrada três vezes mais nesta população”, observa Guilherme Müller. Os índices de depressão e suicídio são mais elevados e também preocupam os altos índices de violência. “A atenção básica é a principal carência destes povos”, acrescenta.

Ele destaca ser uma busca cotidiana do trabalho a qualificação das equipes que fazem atendimento aos indígenas para que conheçam os aspectos culturais e possam bem atender esta população. “É papel do Estado atuar em conjunto com os municípios e os profissionais da Sesai, dialogar com as equipes multiprofissionais presentes nestas comunidades, para conhecer a realidade”, aponta.

No Brasil são mais de 800 mil indígenas distribuídos em cerca de 305 etnias diferentes. Uma população que busca manter vivas suas culturas e as 274 línguas indígenas faladas no país.

No Rio Grande do Sul, a população indígena aldeada se distribui atualmente em 65 municípios, sendo a maior parte (cerca de 54%) concentrada ao norte. Estes municípios somam aproximadamente 23 mil indígenas. Além destes, há os que vivem nos centros urbanos, fora das aldeias. Em 2010 o Estado somava perto de 33 mil, entre aldeados e não aldeados, divididos entre as etnias Guarani, Kaingang e Charrua. A estimativa é que este número, hoje, seja bem maior.

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