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Surto de febre amarela reduziu população de bugios no RS

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Os impactos da febre amarela sobre a população de bugios do Rio Grande do Sul são tema de discussão, hoje e amanhã (26 e 27), em encontro promovido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). O evento é realizado no Coral Tower, em Porto Alegre, durante todo o dia.

 

Hoje pela manhã, dividiram experiências com os participantes o geógrafo Heirich Hasenack, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da UFRGS; biólogo Fernando Passos, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná; bióloga Márcia de Assis Jardim, da Fundação Zoobotânica do RS; veterinário Alessandro Romando, do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; e o biólogo Marco Antônio de Almeida, da Divisão de Vigilância Ambiental do CEVS.

 

Os temas foram a situação atual da cobertura vegetal no RS, biologia e ecologia do gênero Alouatta (nome científico dos mamíferos primatas), distribuição e status de conservação do gênero Alouatta no RS, febre amarela e vigilância de epizootias em primatas não-humanos, e epizootias por febre amarela em primatas não-humanos no RS 2008/2009.

 

Para a parte da tarde, estavam previstas discussões sobre políticas públicas e projetos de concervação de primatas brasileiros, além de mesa-redonda sobre projetos em andamento pós-epizootia. Amanhã, os participantes se reúnem em grupos para trabalhar em forma de oficinas.

 

O bugio não é vetor da febre amarela, mas como contrai o vírus da doença de maneira semelhante aos humanos, serve de alerta para as autoridades de saúde. O surto que ocorreu entre outubro de 2008 e junho de 2009 registrou apenas 20 casos de pessoas infectadas no RS, mas nesse período foram notificados os óbitos de 2.030 desses animais.

 

Conforme Heinrich Hasenack informou, mapeamento realizado em 2002 mostrava que restavam apenas 34% da cobertura vegetal em relação ao que havia originalmente no RS. Fernando Passos mostrou a ameaça à população de bugios decorrente da destruição das florestas, da ação conjunta do desmatamento e caça a esses animais e da fragmentação e do isolamento das populações de bugios. Disse que as espécies presentes no Estado estão vulneráveis à extinção. Márcia Jardim acrescentou que a revisão da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) no RS é urgente e necessária.

 

Alessandro Romano mostrou a evolução das ações de combate à doença no Brasil, como a organização do serviço de vigilância, vacinação, padronização das notificações e tendência da expansão de febre amarela. Disse que o problema deve ser enfrentado por uma rede extra saúde. Marco Almeida mostrou que, em outubro de 2008, o RS tinha 52 municípios e uma população de 532.323 pessoas com indicação para receber a vacina contra a donça. Em julho de 2009, eram 6.937.818 gaúchos, de 293 municípios, indicados à vacina.

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