SES fiscaliza produção de morangos
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A Secretaria Estadual da Saúde, via Centro Estadual de Vigilância em Saúde, fez operação de fiscalização na produção de morangos. Na segunda-feira, dia 29, uma equipe do Cevs realizou uma ação educativa com produtores de morango nos municípios de Bom Princípio e Feliz (75km de Porto Alegre). A fiscalização ocorreu em decorrência do resultado das amostras do produto, colhidas no ano passado, quando foi detectado altos índices de agrotóxicos. Além de técnicos da SES, a Secretaria Estadual da Agricultura, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e a Polícia Ambiental também participaram da atividade.
De acordo com a coordenadora do Setor de Alimentos do Cevs, a médica-veterinária Susete Almeida, essa ação tem um caráter conscientizador. "Nós estamos visitando os agricultores que tiveram problemas. A princípio, eles não serão multados pois são primários e essa não é a intenção da fiscalização", explicou a médica. A Saúde, por lei, pode aplicar uma advertência escrita, uma multa que pode variar de R$ 2 mil a R$ 20 mil, interdição temporária e, no caso da persistência do problema, a interdição vitalícia, ou seja, o produtor é proibido de plantar determinado alimento.
Um dos problemas mais encontrados nos galpões é a utilização de local inadequado para o armazenamento do agrotóxico. Eles foram encontrados próximos a animais e sem proteção em caso de vazamento químico. Segundo Virgínia Dapper, médica do setor da Saúde do Trabalhador do Centro que também esteve na operação, além da população que consome o morango, o agricultor também, se não estiver protegido, "corre risco de pegar alguma doença através da contaminação". Durante a visita, foi constatado que máscaras de proteção estavam fora da validade, equipamento incompleto e que falta aos produtores informação na hora do manuseio do produto químico. Uma doença que pode ocorrer é a "depressão, que pode ser ocasionada devido ao uso contínuo e indiscriminado do agrotóxico e no final pode levar ao suicídio", afirmou Virgínia Dapper.
Susete Almeida explica que essa foi a primeira visita este ano e que "durante 2007 faremos outras operações conjuntas periódicas, se possível mensalmente." As fiscalizações se iniciaram em 2003, quando foi rastreado um grande número de amostras de morango com agrotóxicos de uso não-autorizado ou com resultados acima do limite permitido pelo Ministério da Agricultura. A contaminação das frutas por defensivos agrícolas pode provocar a curto, médio e longo prazo sérios problemas ao organismo. A ingestão ou contato com agrotóxicos está relacionada a alergias, dor de cabeça, mal-estar e vômitos. "Os efeitos destas substâncias no ser humano dependem muito de pessoa para pessoa e da quantidade e tipo de produto em questão", alerta Susete.