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SES alerta para mudanças alimentares no inverno

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Muitas pessoas mudam seus hábitos alimentares no inverno. A necessidade de aquecer o corpo leva naturalmente a um maior consumo de alimentos ricos em energia. No entanto, quando se come mais do que o organismo necessita, o excesso de calorias é acumulado em forma de gordura. Devido às baixas temperaturas registradas na Região Sul do país, a população diminui no inverno o consumo de legumes e verduras, o que pode ocasionar escassez de minerais e vitaminas necessários para o bom funcionamento do organismo. No Rio Grande do Sul, conforme pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde sobre fatores de risco para doenças cardiovasculares, cerca de 55,1% da população adulta apresenta excesso de peso. A obesidade não é apenas um problema de estética, mas uma preocupante condição de saúde que pode causar muitas doenças graves e impactar na auto-estima e no desempenho profissional.

O nutrólogo e coordenador da Política de Alimentação e Nutrição (PAN) da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), Paulo Henkin, afirma que a melhor arma contra a obesidade é o estilo de vida das pessoas. Hábitos alimentares saudáveis e atividades físicas são requisitos básicos para uma boa saúde. Na questão genética, ainda não se consegue mexer, conta. A obesidade representa uma preocupação para todas as instituições de saúde, já que é a porta de entrada para inúmeras enfermidades. Estudos apontam que o excesso de peso está relacionado à hipertensão arterial (pressão alta), problemas cardíacos (infarto, insuficiência cardíaca, derrame), diabetes, câncer, aumento do colesterol, complicações com o fígado, vesícula, problemas ortopédicos, entre outros. Além disso, pode provocar transtornos sociais e psicológicos pessoas obesas têm tendência ao isolamento social, apresentam relações interpessoais conturbadas, dificuldade de locomoção, depressão e ansiedade.

Paulo Henkin afirma que a PAN desenvolve atividades em todas as regiões do Estado. A SES/RS capacita os municípios para a realização de ações educacionais na área da alimentação saudável. Recentemente, foi editado um Guia Nutricional para profissionais, além de material educativo para a população em geral. A orientação nutricional deve sempre respeitar os hábitos culturais individuais ou coletivos. No Rio Grande do Sul, existe uma influência de diversas culturas nas práticas alimentares da população, o que dá origem a diferentes pratos típicos. Entre os principais, temos o churrasco de origem espanhola e o chimarrão de origem indígena. O nutrólogo garante que em uma alimentação equilibrada o churrasco pode compor o cardápio, desde que obedecidos os princípios da quantidade, variedade e freqüência.

A chamada obesidade mórbida surge quando a pessoa atinge o ponto de aumentar, significativamente, o risco de uma ou mais condições ou doenças graves relacionadas à obesidade, que resultam em deficiência física significativa ou até morte. O tratamento cirúrgico para a obesidade mórbida é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS/RS) por intermédio do Estado. Hospitais credenciados, como o São Lucas/PUC e Nossa Senhora da Conceição, ambos em Porto Alegre, realizam esse procedimento no RS. Nesse contexto, Henkin assegura que a questão cirúrgica carece de mais estudos e provas sobre sua eficácia.

De acordo com o nutrólogo, ter hábitos saudáveis é a melhor forma de obter qualidade de vida. Paulo Henkin sugere dicas para combater a obesidade: adoção de uma alimentação saudável; prática regular de exercícios físicos e controle do peso. A alimentação no inverno deve ser mais calórica, por isso há espaço para a feijoada, o mocotó e o pinhão, entre outros alimentos. Porém, é preciso ter controle alimentar, consumindo frutas, legumes e verduras, adeverte o nutrólogo da SES.
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