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?Seminário aborda vigilância da raiva e da febre maculosa no RS

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No fundo da imagem, a palestrante fala de pé atrás de um púlpito. A plateia ouve, atenta.
Participantes debatem estratégias de prevenção e controle das doenças - Foto: Divulgação SES/RS

Representantes da comunidade científica de inúmeras instituições brasileiras e de trabalhadores da saúde participaram do I Seminário de Vigilância à Raiva e à Febre Maculosa no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (25), no auditório da Amrigs, em Porto Alegre. O evento, promovido pelo Programa Estadual de Controle de Profilaxia da Raiva no RS (PECPR) , debateu questões atuais sobre estas doenças, ações de prevenção e situação epidemiológica.

A raiva humana está sob controle no RS e há décadas não são relatados casos no Estado. Entretanto, existe forte circulação viral entre diferentes espécies de morcegos, seja em áreas rurais, afetando a pecuária, seja em áreas urbanas, trazendo risco da doença aos pequenos animais (principalmente gatos por seu perfil predador) e, consequentemente, aos humanos. Outras espécies, ainda não claramente identificadas, também têm sido envolvidas na manutenção do ciclo silvestre da doença.

“Em função desta realidade, a população deve estar alerta e informar sobre todo e qualquer acidente com morcegos. Estas situações apresentam risco à saúde e há indicação da prevenção completa com aplicação de vacina e soro”, diz a coordenadora do PECPR no RS, Aline Campos. Segundo ela, a vigilância realiza atividades permanentes de monitoramento da raiva na fauna silvestre capturada ou atropelada. Os programas envolvem projetos de pesquisa e parcerias com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Ibama.

Até as décadas de 80 e 90, o cão era o principal agente transmissor do vírus da raiva; contudo, esta situação mudou depois de iniciadas as campanhas massivas de vacinação de animais domésticos. Em função disso, a partir do ano de 2004, o morcego é considerada a principal espécie transmissora da doença no Brasil. Entre as hipóteses que explicam a mudança no perfil epidemiológico, estão a expansão das áreas urbanas, o desmatamento, a falta de planejamento da arborização nas cidades. Em função desse novo perfil, novas estratégias de controle e de prevenção têm sido adotadas.


Já a Febre Maculosa é pouco conhecida em nosso Estado, é causada por bactérias transmitidas por carrapatos. Recentemente o Ministério da Saúde tem promovido capacitações e discussões em todos os estados brasileiros, formando, assim, uma rede que possa detectar e investigar os casos. É uma doença infecciosa, febril aguda, de gravidade variável, cuja apresentação clínica pode se manifestar de formas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade.

A solenidade de abertura contou com as presenças do secretário adjunto da Secretaria Estadual da Saúde, Francisco Paz, da chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Estado, Lúcia Mardini, e da representante do Grupo Técnico da Raiva no Ministério da Saúde, Silene Manrique Lorenzoni. Também participaram do evento técnicos do Instituto Pasteur, das Secretarias Estaduais da Saúde de Santa Catarina e de São Paulo, da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI/RS), do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), da Fundação Oswaldo Cruz/RJ e do Ministério da Agricultura. Contou ainda com a participação de representantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entre outras instituições e profissionais especializados nos temas.

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Raiva - É uma zoonose viral, transmitida para o homem por meio de animais. É caracterizada por dor de cabeça progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva, exceto roedores exóticos e coelhos. A transmissão se dá pelo vírus presente na saliva e secreções do animal agressor infectado, geralmente pela mordedura, mais raramente pela arranhadura e lambedura de mucosas. Todo e qualquer acidente com morcegos é considerado de risco e há indicação da prevenção completa com aplicação de vacina e soro.
As pessoas que tiverem dúvidas sobre a infecção de algum animal ou desconfiarem de alguma colônia de morcegos, podem entrar em contato pelo Disque Vigilância (150) ou solicitar informações com a Secretaria da Saúde do seu município. Mais orientações podem ser buscadas no Guia de Manejo e Controle de Morcegos, disponibilizado no site da Secretaria Estadual da Saúde www.saude.rs.gov.br.

Febre maculosa brasileira (FMB) - É causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida por carrapatos. Caracteriza-se por ter início abrupto, com febre elevada, dor de cabeça e dor muscular intensa e/ou desânimo, seguida de manchas avermelhadas pelo corpo, predominantemente nas regiões de mãos e pés, que podem crescer tornando-se salientes e evoluir para hemorragias. O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença.
Quanto mais rápido uma pessoa retirar os carrapatos de seu corpo, menor será o risco de contrair a doença. Nos casos de contato com áreas com presença de carrapatos, recomenda-se o uso de mangas longas, botas e de calça comprida com a parte inferior dentro das meias, todos de cor clara para facilitar a visualização dos carrapatos. Após a utilização, colocar todas as roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos que eventualmente estejam nas peças.
De acordo com a Portaria SVS/MS Nº 1.271, de 06 de junho de 2014, todo caso de febre maculosa brasileira é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. A unidade de saúde deve utilizar a ficha de notificação/investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan encaminhando-a para ser processada, conforme o fluxo estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.

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