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RS registra redução da mortalidade materna

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Foto da barriga de mulher grávida. Do lado esquerdo, está escrito, em cima, "Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher". Embaixo, "Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna". Abaixo, veio o logotipo do Governo.

O Rio Grande do Sul apresentou redução do indicador de mortalidade materna ao longo dos últimos cinco anos, conforme o Boletim Epidemiológico Mortalidade Materna e Infantil do RS lançado nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Ações em Saúde da Secretaria da Saúde (SES).

Com a publicação do documento, elaborado pelas equipes da Saúde da Mulher e da Saúde da Criança, a SES demarca a passagem deste 28 de maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.

A coordenadora da Divisão de Políticas dos Ciclos de Vida da SES, Gisleine Lima da Silva, diz que esta data foi instituída com o objetivo de chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre os diversos problemas de saúde e de condições de vida da população feminina, principalmente no âmbito dos direitos sexuais e reprodutivos. Segundo ela, a morte materna é um indicador que caracteriza a qualidade de vida de uma população, mostrando o contexto social, econômico, político e cultural em que as mulheres estão inseridas.

O boletim epidemiológico Da Mortalidade materna e Infantil terá divulgação periódica a fim de disponibilizar dados e análises que contribuam para o enfrentamento da mortalidade materna e infantil e a qualificação da assistência integral à saúde das mulheres e crianças no RS.

No ano de 2018, o Rio Grande do Sul apresentou a razão de 36,5 óbitos maternos por 100 mil nascimentos. No mesmo ano, o Brasil apresentou razão de mortalidade materna de 56,3.

Comparado a outros estados, o RS apresentou a quarta menor razão de mortalidade materna nacional (36,4), ficando atrás de Tocantins (31,4), Santa Catarina (35,1) e Rondônia (35,6).

Os dados de 2019 ainda são parciais, pois para finalizar o banco nacional de mortalidade materna é realizada uma investigação minuciosa dos casos. Até a data da publicação, o sistema de informação de mortalidade havia identificado 42 óbitos maternos em 2019 no Rio Grande do Sul.

Confira a série histórica da mortalidade materna no Estado:

A imagem mostra uma tabela com números de óbitos maternos no Estado entre 2014-2019.
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Os maiores índices de mortalidade encontram-se nas mulheres com 35 anos ou mais, negras ou indígenas, e com menos de 7 anos de escolaridade (SIM, 2017). Já as principais causas de morte, em 2018, foram: hemorragias (26,9%), problemas circulatórios (23,1%), pré-eclâmpsia (9,6%), doenças metabólicas (7,7%), causas não especificadas (7,7%), embolias obstétricas (5,8%), aborto (5,8%), HIV (5,8%) e outros (7,6%).


Baseada no boletim epidemiológico, a coordenadora explica que as causas de mortalidade materna, em sua maioria, são evitáveis se detectadas precocemente e tratadas de forma adequada. “Por isso é tão importante assegurar o acesso das gestantes e puérperas aos serviços e garantir que os profissionais estejam preparados para atender essas mulheres”, afirma.

Ela também se refere à parte do conteúdo que faz a análise sobre a importância da abordagem correta para prevenção dos casos. “Para redução da morte materna, o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde trabalham na implementação de políticas para fortalecer o atendimento das gestantes, a melhoria da atenção pré-natal, nascimento e pós-parto, assim como instituir medidas de orientação e qualificação dos profissionais de saúde, tanto no âmbito da atenção básica quanto naquele de urgência e emergência”, assinala um trecho do documento.

Mortalidade Infantil

Em relação à Mortalidade Infantil, a Gisleine afirma que redução das taxas ainda é um desafio para os serviços de saúde e a sociedade como um todo. Essas mortes precoces podem ser consideradas evitáveis, em sua maioria, desde que garantido o acesso em tempo oportuno a serviços qualificados de saúde. Decorrem de uma combinação de fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas do sistema de saúde.

No ano de 2018, a taxa de Mortalidade Infantil foi de 9,72 por mil nascidos vivos, sendo 1.360 óbitos em crianças menores de um ano e 139.849 nascimentos. Atingiu-se, portanto, a meta estadual pactuada de 9,75/mil nascidos vivos. Em torno de 72,64% do total foram óbitos neonatais (0 a 28 dias) e aproximadamente 67% do total de óbitos ocorreu entre recém-nascidos com menos de 2.500g ao nascer.

Em 2019, o Estado registrou 1.414 óbitos infantis e 134.303 nascimentos, resultando em uma taxa preliminar de 10,53 óbitos/1.000 nascimentos. A meta ajustada para o ano foi de 9,75. Dentre as causas, 56,08% são relacionados às causas perinatais, ou seja, agravos ocorridos desde a 22ª semana de gestação até a primeira semana de vida da criança, vinculados às condições maternas, do feto, da duração da gestação ou intercorrências no trabalho de parto, parto e pós parto; Malformações Congênitas e anomalias cromossômicas 377 (26,66%); Doenças do aparelho respiratório 51 (3,61%) e Causas externas de morbidade e mortalidade 47 (3,32%).

A coordenadora diz que "apesar dos imensos desafios na redução dos óbitos maternos e infantis, uma das estratégias é a unificação do Comitê Estadual da Mortalidade Materna e Infantil do RS que objetivará uma análise ampliada e profunda das investigações de óbito, para a busca de soluções conjuntas e a evitabilidade dos óbitos". E conclui: "É necessário o investimento na estruturação física e organizacional da rede de atenção, na formação apropriada e atualização dos profissionais da saúde que trabalham na área materno-infantil, além de priorizar os processos de monitoramento e avaliação constante dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS)".

Confira o boletim na íntegra :  Boletim Epidemiológico Mortalidade Materna e Infantil 

Por Neusa Jerusalém
Secretaria da Saúde