Rio Grande do Sul terá órgão para controle de agrotóxicos
Publicação:
A necessidade de avaliar o impacto ambiental e as conseqüências ao ser humano provocados pela utilização de substâncias químicas na produção de alimentos e outros bens econômicos levaram a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), através da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), e o Conselho Regional de Química da 5ª Região (CRQ) a criarem a Câmara de Resíduos de Agrotóxicos do Rio Grande do Sul. A iniciativa tem o objetivo de prestar assessoria nos assuntos relativos a produtos contaminantes agroquímicos nas áreas ambiental, sanitária e epidemiológica, além de servir como fórum permanente de discussão para a política de agrotóxicos gaúcha. A ata de criação será assinada nesta quarta-feira (09), às 9h, no auditório do CRQ (rua Dr. Flores, 307, Porto Alegre).
O aumento de denúncias de uso de agrotóxicos proibidos por lei no país desde 1985, como mercuriais e organoclorados, a falta de fiscalização no ato da venda, a contaminação crescente de águas no interior do Estado (tanto para irrigação como para consumo humano) e o contato de trabalhadores e produtores rurais com agroquímicos motivaram a criação da Câmara. O novo organismo será composto por representantes do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e universidades também deverão integrar o grupo, participando de reuniões periódicas. O primeiro encontro já está agendado para o dia 28 de setembro, quando será debatida a destinação final de resíduos químicos perigosos no RS.
A coordenadora do Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos da FEPPS, Raquel Fiori de Souza, explica que "um dos primeiros trabalhos da Câmara será mapear os produtos do gênero mais comercializados em cada região do Estado, ponto de partida para elaborar uma portaria regional que permitirá ampliar o controle de substâncias não previstas na legislação nacional. Conforme Paulo Roberto Bello Fallavena, presidente do CRQ da 5ª Região, "O uso irresponsável de agrotóxicos é prejudicial ao meio ambiente e à saúde pública". Ele afirma que, devido à possibilidade de serem importados agrotóxicos com riscos inaceitáveis, pode haver a perda de produção agrícola, além de agravos à saúde humana (tanto de trabalhadores expostos, quanto de consumidores de produtos agrícolas tratados), animais e danos ambientais. Fallavena também ressalta que o Brasil está entre os cinco maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Hoje, para 400 tipos de agrotóxicos diferentes, existem 15 mil formulações, das quais oito mil encontram-se licenciadas no país.
Os registros de envenenamentos por produtos químicos, especialmente chumbo e pesticidas, vêm aumentando tanto entre os trabalhadores rurais, por exposição direta, como entre pessoas contaminadas através da ingestão e manipulação de alimentos. Recente pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) em 12 países da América Latina e Caribe demonstra que essas substâncias estão ligadas a 15% de todas as doenças profissionais notificadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 20 mil o número anual de óbitos em conseqüência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas, a maioria em países subdesenvolvidos.
O aumento de denúncias de uso de agrotóxicos proibidos por lei no país desde 1985, como mercuriais e organoclorados, a falta de fiscalização no ato da venda, a contaminação crescente de águas no interior do Estado (tanto para irrigação como para consumo humano) e o contato de trabalhadores e produtores rurais com agroquímicos motivaram a criação da Câmara. O novo organismo será composto por representantes do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e universidades também deverão integrar o grupo, participando de reuniões periódicas. O primeiro encontro já está agendado para o dia 28 de setembro, quando será debatida a destinação final de resíduos químicos perigosos no RS.
A coordenadora do Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos da FEPPS, Raquel Fiori de Souza, explica que "um dos primeiros trabalhos da Câmara será mapear os produtos do gênero mais comercializados em cada região do Estado, ponto de partida para elaborar uma portaria regional que permitirá ampliar o controle de substâncias não previstas na legislação nacional. Conforme Paulo Roberto Bello Fallavena, presidente do CRQ da 5ª Região, "O uso irresponsável de agrotóxicos é prejudicial ao meio ambiente e à saúde pública". Ele afirma que, devido à possibilidade de serem importados agrotóxicos com riscos inaceitáveis, pode haver a perda de produção agrícola, além de agravos à saúde humana (tanto de trabalhadores expostos, quanto de consumidores de produtos agrícolas tratados), animais e danos ambientais. Fallavena também ressalta que o Brasil está entre os cinco maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Hoje, para 400 tipos de agrotóxicos diferentes, existem 15 mil formulações, das quais oito mil encontram-se licenciadas no país.
Os registros de envenenamentos por produtos químicos, especialmente chumbo e pesticidas, vêm aumentando tanto entre os trabalhadores rurais, por exposição direta, como entre pessoas contaminadas através da ingestão e manipulação de alimentos. Recente pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) em 12 países da América Latina e Caribe demonstra que essas substâncias estão ligadas a 15% de todas as doenças profissionais notificadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 20 mil o número anual de óbitos em conseqüência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas, a maioria em países subdesenvolvidos.