Pneus fora de uso e deixados ao ar livre são alguns dos locais mais propícios para ocorrer a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A água acumulada neles, combinada com a parte interna protegida do sol, é ideal para o desenvolvimento das larvas do inseto, responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e zika vírus. Para conhecer iniciativas que ajudam no controle desses materiais, como a reciclagem ecológica, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, visitou uma rede de lojas especializada em pneus, em Porto Alegre nesta segunda-feira (29).

Estima-se que o mercado gaúcho comercialize cerca de seis milhões de pneus anualmente, e a reciclagem ecológica vem ocupando espaço na preservação do meio ambiente e na própria saúde pública. A rede de lojas com sede em Porto Alegre e 21 pontos no Estado desenvolve um processo de reaproveitamento desde 2011. Desde lá, mais de um milhão de pneus já foram encaminhados para reciclagem. “Assim como as caixas d'agua, os pneus velhos são uma preocupação constante para a saúde pública, pois são perfeitos criadouros do Aedes”, afirmou Gabbardo. O secretário elogiou a iniciativa dos lojistas “que traz um impacto direto na diminuição no número de criadouros”.

A empresa recebe uma média de 600 pneus usados por semana. Depois de recolhido nas lojas, o material é encaminhado para um depósito fechado, protegido da chuva e com piso impermeável, o que impede o acúmulo de água. Posteriormente, a carga é enviada para reciclagem ecológica em uma empresa especializada com sede em São Paulo. O processo permite que o pneu velho tenha várias utilidades, como manta asfáltica, móveis e insumos para a indústria calçadista.