O Projeto Vida no Trânsito, do Governo Federal, foi apresentado nesta quinta-feira (20), em reunião entre o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de Saúde do Estado e de Porto Alegre, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), no Palacinho. O programa é uma ação global criada com foco no planejamento e execução de projetos que visam à diminuição dos altos índices de lesões graves e mortes em acidentes de trânsito em vários países.

O secretário adjunto da saúde, Elemar Sand, destacou a necessidade de políticas de prevenção que atuem de forma integrada e multidisciplinar. "Cada vida que salvarmos será uma vitória para nós. Precisamos ser obsessivos nas questões de políticas de prevenção". Para o secretário, é fundamental que as ações desenvolvidas envolvam as três esferas: municipal, estadual e federal.

Lançado nacionalmente pelo MS, no Rio Grande do Sul o programa tem as ações relativas à legislação, fiscalização, saúde e educação coordenadas pelo Centro Estadual de Vigilância (CEVS), da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Integram as ações da Saúde a ampliação e qualificação do atendimento pré-hospitalar, como por exemplo, o aumento da cobertura do SAMU e a construção de UPAs 24 horas e a capacitação de profissionais de urgência e emergência. O projeto também prevê a qualificação das informações sobre morbidade, mortalidade e acidentalidade no trânsito, a partir da integração dos bancos de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Sistema de Informações Hospitalares. Outra medida é a articulação intersetorial da SES para a o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes de trânsito.

Dados e meta

De acordo com a representante do Ministério da Saúde, Marta Silva, no ano de 2000 houve cerca de 30.026 mortes por acidentes. Já em 2011, este número subiu para 43.256 óbitos. Marta ressalta que o Brasil está em 5º lugar no ranking de mortes no trânsito e que as principais vítimas são jovens entre 15 e 38 anos - e em maior número no sexo masculino. "O trânsito tornou-se um problema de saúde pública e está se transformando em um problema multicausal, onde é preciso conhecer os fatores de risco pelo qual as pessoas estão morrendo", conclui.  No Estado, o número de mortes por esta causa em 2011 foi de 2.038, conforme dados do Núcleo de Informações em Saúde (NIS).

A meta do projeto é reduzir em até 50% os casos de óbito nos próximos 10 anos. Porém, segundo Marta, "para o Brasil atingir esta meta é necessária uma mobilização nacional e ações a longo prazo, iniciando por programas de prevenção no âmbito escolar".

Workshop Vida no Trânsito

Como parte da estratégia de implantação, nos próximos dias 2, 3 e 4 de julho, será realizado o 5º Workshop Vida no Trânsito, no Hotel Embaixador, na Capital. Realizado pelo MS em parceria com as secretarias de Saúde do Estado e de Porto Alegre, Detran e EPTC; o encontro tem como objetivo formar facilitadores para fortalecer e ampliar as ações de prevenção nos municípios do RS.

Origem do projeto

O Projeto Vida no Trânsito teve origem com a escolha do Brasil para integrar uma ação global chamada Road Safety in 10 Countries (RS 10), coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Opas, e financiada pela Bloomberg Philanthropies. Os objetivos são estimular, nos países financiados, ações de prevenção a lesões e mortes no trânsito e aumentar a capacidade de avaliar os projetos. Além do Brasil, a OMS e a Bloomberg Philanthropies selecionaram outros nove países para implantar projetos de segurança no trânsito: Rússia, Turquia, China, Egito, Índia, Camboja, Quênia, México e Vietnã. Esses países foram escolhidos em função da alta taxa de mortalidade causada pelo trânsito - juntos, respondem pela metade das mortes no trânsito em todo o mundo.