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Projeto-piloto testa no Estado método que reduz em até 96% os casos de dengue

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Um funcionário borrifa nas caixas enquanto outro observa.
Em outros países, o uso da BRI-Dengue foi capaz levou a uma redução sensível no número de casos por meses - Foto: Divulgação/SES

Técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e do Ministério da Saúde conduzem no município de Rondinha no noroeste do Estado, um projeto-piloto para testar um tipo de borrifação contra o mosquito Aedes aegypti que em outros países foi capaz de reduzir em 96% os casos de dengue.

Até essa sexta-feira (27/01), as equipes farão o treinamento de especialistas em saúde e dos agentes do município locais, avaliando a viabilidade e adequação do BRI-Aedes no combate ao Aedes aegypti, que também é transmissor do zika e da chikungunya.  BRI é a sigla para borrifação residual intradomiciliar, método usado no norte do país para o controle da malária e em outros países para o controle da dengue e outras arboviroses.

Rondinha é o primeiro município gaúcho a testar a técnica, que consiste na aplicação de inseticida com poder residual nos domicílios e em locais como escolas, centros comunitários, centros de saúde para eliminar os mosquitos que pousam sobre móveis, paredes ou outras superfícies. 

O método é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Estudos em outros países demonstraram que, após uma única aplicação, há uma redução sensível ao longo dos meses no número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes. 

Além da equipe do Cevs, técnicos do Ministério da Saúde participam do treinamento e acompanham a execução do serviço como observadores. Há ainda a presença de técnicos das Secretarias Estaduais de Saúde do Acre e do Amapá, trazidos pelo Ministério da Saúde para compartilhar o conhecimento adquirido ao longo de anos no uso da borrifação intradomiciliar no combate à malária.  

"A rápida propagação da dengue e dos outros vírus  (zika e chikungunya) transmitidos pelos mosquitos Aedes no Estado, particularmente em cidades com infestação recorrente, mostra o quanto é difícil controlar e prevenir surtos dessas doenças”, explicou a chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde (DVAS) do Cevs, Aline Alves Scarpellini Campos

A ação envolve uma semana de treinamento teórico e prático da estratégia de combate ao mosquito, e faz parte das ações propostas no projeto Novas Estratégias para Monitoramento e Controle Integrado de Aedes aegypti no Rio Grande do Sul. Os resultados serão monitorados pelo Cevs até o final do período de sazonalidade, em maio, para avaliação dos impactos. 

“Um dos grandes desafios é avaliar o impacto epidemiológico dos métodos que utilizamos atualmente no controle de vetores”, apontou Aline. “É o que estamos fazendo aqui com uma nova estratégia que poderá fazer parte do manejo integrado e ao mesmo tempo produzindo dados que nos permitam avaliar o impacto nos casos de dengue no Estado".

Depois de Rondinha, serão treinadas as equipes de Tucunduva e Jaboticaba, os outros dois municípios gaúchos selecionados para o projeto-piloto.

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