No Rio Grande do Sul, 13% dos partos foram prematuros em 2023
No Novembro Roxo, ações buscam qualificar a assistência bebês nascidos antes de 37 semanas
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De 120.764 crianças nascidas no Rio Grande do Sul no ano passado, 12,7% tinham menos de 37 semanas de gestação, sendo consideradas prematuras. Foram 15.322 nascidos pré-termo e que necessitaram de cuidados especiais, muitas vezes na unidade de terapia intensiva neonatal. Para sensibilizar a população sobre o assunto, neste mês a prematuridade é lembrada com a comemoração do Novembro Roxo. A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por sua vez, atua através de políticas públicas com ações preventivas que visam diminuir a ocorrência desses casos.
Os números registrados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) apontam para uma alta no nascimento de prematuros no Estado. Entre 2019 e 2023, o percentual de crianças nascidas antes das 37 semanas de gestação aumentou de 12,21% para 12,7%. Em 2022, chegou a atingir 12,86%. “A partir de uma série histórica dos últimos cinco anos, pode-se observar tendência de aumento na proporção de prematuridade”, explicou a responsável pelo Método Canguru da Política de Saúde da Criança da SES, Marília Ache Carlotto.
“O Novembro Roxo visa conscientizar profissionais, gestores e sociedade para fornecer aos bebês prematuros o cuidado e atenção que necessitam para garantir crescimento e desenvolvimento saudáveis”, ressalta Marília. “Além disso, também tem como propósito reforçar a importância da prevenção, através de um pré-natal de qualidade”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fatores como a poluição do ar, mudanças no clima, os impactos de conflitos armados, o aumento da pobreza e doenças como a covid-19 contribuem para 13,4 milhões de partos precoces todo ano no planeta. O Brasil é um dos dez países com maior número de partos prematuros, equivalentes a 10,6% dos partos totais – a taxa, no entanto, caiu dos 12,5% de 2015.
Também para marcar o mês da prematuridade no Estado, será realizada na quarta-feira (27) a live “Novembro Roxo: Mês Alusivo à Prematuridade”, com a participação da pediatra da Política de Saúde da Criança da SES, Andrea Leusin de Carvalho; Denise Schauren Schuck e Simone Machado, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; e Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade. A discussão poderá ser acompanhada no link abrir.link/EdUqv.
Prevenção e cuidado
A Secretaria Estadual da Saúde atua através de políticas públicas com ações preventivas para detectar a existência de fator de risco ou doença que necessitem de tratamento antes da gestação e o início do pré-natal na Atenção Primária à Saúde (APS) para o acompanhamento das mães e da gestação, além do pré-natal entre os parceiros para investigar e tratar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que possam desencadear o parto prematuro.
O cuidado com o recém-nascido prematuro ainda possui estratégias especiais, com equipe multidisciplinar e protocolo diferenciado, para os bebês prematuros nos ambulatórios de segmento de egressos, após a alta da UTI Neonatal. O Estado também dispõe de serviços habilitados para o Método Canguru, com atenção qualificada e humanizada ao recém-nascido prematuro e/ou de baixo peso que necessite de internação em unidade neonatal e a sua família.
Com relação ao aleitamento materno, a implantação de bancos de leite humano (BLH) nas maternidades busca dar suporte às mães de bebês prematuros internados para que estes recebam e se beneficiem do leite humano, conforme prescrição, aos bebês prematuros internados. Após a alta hospitalar o recém-nascido será acompanhado pela APS e, em caso de necessidade, também pelo ambulatório de seguimento de egressos da UTI neonatal.
Guia do pré-natal
Para contribuir com a tomada de decisão das equipes da Atenção Primária e subsidiar as práticas do cotidiano, também vem sendo divulgado o Guia do Pré-natal e puerpério 2024, com orientações para a assistência clínica usando critérios para a estratificação de risco e suporte para a atuação em gestações de risco habitual.
Já a Rede Bem Cuidar RS busca qualificar e fortalecer os serviços oferecidos à população, beneficiando as famílias e os recém-nascidos. O atual ciclo, iniciado este ano e que vai até 2027, visa o cuidado materno-paterno-infantil. Em 2024, o foco é o pré-natal. Em 2025, será o cuidado da Saúde da Mulher (puerpério) e da Criança (puericultura) na APS.