Necessário reforço nos cuidados com a dengue no inverno e após as enchentes
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A dengue não deixa de existir no inverno, ainda que o ciclo de desenvolvimento do mosquito seja mais lento e o número de casos seja menor. Todos os cuidados que valem para o verão, também valem para as estações mais frias, até porque o acúmulo de água que nos entulhos das áreas atingidas pelos eventos climáticos que afligem o Rio Grande do Sul pode aumentar o número de criadouros do mosquito Aedes aegypti, o inseto transmissor da dengue.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) também ressalta o cuidado com os sintomas como febre alta, cefaleia, erupções cutâneas e dores musculares. “A dengue tem um período de encubação de até 15 dias, então, tem pessoas que foram picadas antes das enchentes que estão começando a sentir os sintomas agora, por isso é necessário que elas procurem profissionais de saúde nos serviços que estejam abertos ou mesmo nos abrigos”, explica Valeska Lizzi Lagranha, bióloga do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). Outra recomendação para sintomáticos é, dentro do possível, ingerir bastante água.
As enchentes são relacionadas a agravos imediatos como lesões de pele e infecções. Após alguns dias iniciam os agravos relacionados diretamente às enchentes como leptospirose, hepatite A, tétano e acidentes com animais peçonhentos. “Por último, após as águas baixarem, podemos ter um aumento nos casos de dengue, casos as temperaturas favoreçam, pois criam-se depósitos nos entulhos deixados, que podem servir de criadouro”, reforça Valeska. A orientação, nesses casos, é que a população elimine os criadouros, (dentro do possível, já que muitas vias públicas também estarão afetadas) não deixando água acumulada nos recipientes e eletrodomésticos que foram estragados e viraram entulho após a enchente.
Principais sintomas da dengue:
- Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias,
- Dor retro-orbital (atrás dos olhos);
- Dor de cabeça,
- Dor no corpo,
- Dor nas articulações,
- Mal-estar geral,
- Náusea,
- Vômito,
- Diarreia,
- Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.
Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o Aedes aegypti.
Situação epidemiológica
Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou mais de 116 mil casos confirmados e 138 óbitos por dengue, com dados até 14 de maio. São os maiores números já registrados da doença em um ano, apesar de estarmos ainda na metade de maio.